São Paulo, terça-feira, 18 de maio de 2004

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HABITAÇÃO

Prefeitura entrega no próximo mês primeiros prédios de condomínio erguido ao lado de favela na marginal Tietê

Morador pagará aluguel no Parque do Gato

DA REPORTAGEM LOCAL

A partir de junho, os 500 mil motoristas que diariamente circulam pela marginal Tietê vão poder comparar obras de Marta Suplicy (PT) -a transformação da favela do Gato em condomínio popular- e Paulo Maluf (PP) -os Cingapuras construídos ou iniciados em sua gestão (93-96), perto das pontes do Limão e da avenida Cruzeiro do Sul.
A Secretaria Municipal da Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sehab) promete fazer, até o fim de junho, a mudança das primeiras 250 famílias para os prédios que estão sendo finalizados a alguns metros da favela do Gato, na região central de São Paulo.
O conjunto de barracos situado do lado oposto do centro de exposições e do hotel do Anhembi já foi cenário de inúmeros incêndios e alvo de várias enchentes.

No primeiro turno
Até o fim de outubro, mês em que será realizado o primeiro turno da eleição municipal, o resto dos 486 apartamentos deverá ser ocupado. A prefeita Marta Suplicy (PT) é candidata à reeleição.
Além dos edifícios, a previsão é que a área de 175 mil metros quadrados abrigue uma creche para 200 crianças (bancada pela rede Accor de hotéis), um Telecentro (parceria da prefeitura com a Telefônica para oferecer cursos de informática e terminais de acesso à internet), um parque às margens do rio Tietê -onde hoje estão barracos-, áreas de lazer e prática de esporte (incluindo pistas de cooper, skate, trilhas, quadras, campo de bocha e parque infantil), um posto de primeiros socorros, entre outros.
O condomínio, batizado de Parque do Gato, vai incorporar ainda o Centro Esportivo Municipal que abriga o estádio de beisebol Mie Nishi, o qual será reformado.
Segundo o secretário da Habitação, Marcos Barreto, todas as melhorias deverão estar finalizadas até o fim do ano. As obras fazem parte do Morar no Centro, programa de revitalização residencial da região central da capital paulista. Nelas estão sendo investidos R$ 24 milhões (dos quais R$ 8 milhões vão para o parque). O financiamento é do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Os moradores da favela não serão proprietários dos apartamentos para onde vão se mudar. Como têm renda familiar média inferior a três salários mínimos, eles não podem entrar em programas de financiamento de imóveis populares e, por isso, vão pagar um aluguel subsidiado pela prefeitura -verdadeira dona dos prédios.

Valor do aluguel
Barreto diz que o aluguel ficará entre 10% e 15% dos rendimentos das famílias atendidas. A iniciativa de locação social é inspirada num modelo já adotado em países europeus, afirma o secretário. Ao todo, 11 áreas estão com projetos de construção ou reforma de prédios para locação social no centro de São Paulo, totalizando 1.900 unidades habitacionais.
Caso a família melhore de vida enquanto estiver na locação social, poderá migrar para um programa de compra de imóvel.
No Parque do Gato, a prefeitura se responsabilizará pela manutenção de áreas comuns, mas os locatários pagarão uma "taxa mínima", diz Barreto. Segundo ele, já há entidades trabalhando com a população da favela para prepará-la a viver em condomínio.


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