|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Custo é de R$ 100 mi, dizem empresas
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
O bloqueio dos sinais de celulares em todos os 144 presídios do
Estado de São Paulo custaria cerca de R$ 100 milhões, segundo fabricantes e fornecedores dos
equipamentos. O Ministério Público Estadual instaurou inquérito civil público para tentar obrigar
as operadoras de telefonia a bancar a implantação e a manutenção
técnica dos aparelhos em todas
unidades prisionais do Estado.
As empresas resistem à idéia.
Alegam que a iniciativa contraria
o dever constitucional delas de
garantir a recepção dos sinais e a
comunicação, e que cabe aos Estados impedir o ingresso de celulares nas prisões. Argumentam
ainda que a regulamentação da
Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) atribui essa responsabilidade ao Depen (Departamento Penitenciário Nacional)
e, se forem obrigadas a assumir o
investimento, o custo acabará repassado aos usuários, via tarifa.
As experiências dos Estados
com bloqueadores têm sido desastrosas. São Paulo instalou os
equipamentos em oito presídios,
a partir de 2002, e nenhum deles
funciona. O mesmo ocorre no Espírito Santo. No Rio, onde há bloqueadores em cinco presídios ditos de segurança máxima, o governo afirma que eles funcionam,
o que seria comprovado até pela
falta de apreensão de celulares nas
revistas. No entanto, há indícios
de que os presos estariam se comunicando por rádio.
Os bloqueadores implantados
em São Paulo -que estão sem
manutenção técnica desde
2003- foram abandonados porque só agiam sobre a faixa de freqüência de 800 a 900 megahertz,
utilizada pela Vivo e por parte da
planta de celulares da Claro. Os
aparelhos da TIM, da Nextel e da
Vésper, que operam em outras
faixas, tinham recepção livre.
O procurador-geral de Justiça
de São Paulo, Rodrigo César Pinho, diz que os Estados não têm
condições técnicas para fazer o
bloqueio. Pinho negou que a responsabilidade pelo bloqueio do
sinal esteja sendo transferida para
as operadoras de telefonia móvel.
Texto Anterior: Haverá compensação, diz governo Próximo Texto: Mortes Índice
|