|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Epidemia de dengue atinge 90 cidades de SP
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, esses municípios têm mais de 300 casos da doença por 100 mil habitantes
Número de ocorrências notificadas agora, 31.571, no entanto, é inferior ao
do mesmo período do ano passado, 43.279 registros
GIOVANNA BALOGH
DO "AGORA"
O último balanço da dengue
divulgado pelo CVE (Centro de
Vigilância Epidemiológica)
mostra que 90 dos 645 municípios do Estado de São Paulo enfrentam uma epidemia da
doença. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, é considerado estado de epidemia
quando existem mais de 300
casos por 100 mil habitantes. A
cidade de São Paulo não está
entre as 90 cidades.
Apesar de a situação atingir
14% das cidades, a secretaria
afirma que só será decretada
epidemia em todo o Estado se
for atingido o número de 136
mil casos. Até a última sexta-feira, foram notificados 31.571
registros da doença. No mesmo
período de 2006, segundo o
CVE, havia 43.279 registros.
Apesar de Osasco (Grande
SP) não estar entre as 90 cidades com situação epidêmica, a
secretaria enviou ao município
na última semana o esquadrão
antidengue. Formado por 60
agentes, nas últimas semanas o
grupo ajudou as prefeituras de
outras quatro cidades a combater o mosquito Aedes aegypti,
transmissor da dengue.
Porém, as três cidades que
estão com o maior número de
casos por habitantes - Ilha
Solteira (658 km de SP), Itapura (692 km de SP) e Sales (458
km de SP)- ainda não contaram com o apoio dessa "tropa
de elite". Ricardo Ciaravolo, da
Sucen (Superintendência de
Controle de Endemias), diz
que as cidades que são auxiliadas pelos agentes são aquelas
que têm dificuldade para interromper a transmissão.
Ele disse que, quando o número de casos é alto em uma cidade, a recomendação é que os
médicos não utilizem mais exames laboratoriais para comprovar a dengue. "Quando a incidência da doença atinge esses
níveis, a recomendação é fazer
o diagnóstico clínico rapidamente porque a probabilidade
de ser dengue é grande."
Em Itanhaém (98 km de SP),
que teve a primeira transmissão de dengue hemorrágica fatal do ano, os casos são tão comuns que é raro um infectado
não ter um parente ou amigo
que tem ou teve a doença.
A funcionária pública Ana
Cristina Batista, 41, é um
exemplo. Além do filho, sobrinhos e colegas de trabalho tiveram dengue nos últimos meses.
Ela afirma que foi picada há 20
dias e a recuperação exigiu
muita hidratação. "Foram quatro dias de soro."
O secretário de Saúde de Itanhaém, Marcelo di Giuseppe,
disse que é a primeira vez que a
cidade enfrenta uma epidemia.
Para ele, um dos principais motivos do aumento é que 52%
dos moradores não permitem a
entrada dos agentes no imóvel
para procurar focos do mosquito. "Já estamos ampliando o
número de equipes e iniciando
as campanhas educativas", informou o secretário.
Capital paulista
Apesar de estar fora da lista
dos municípios com epidemia
da doença, a capital paulista,
até a semana passada, superou
em quase 50% o número de casos de dengue em relação ao
mesmo período do ano passado. Foram 694 casos até o último dia 9, contra 466 em 2006.
Colaborou a Reportagem Local
Texto Anterior: SP irá fiscalizar poluição de ônibus "de fora" Próximo Texto: Instituto do Ceará cria a "pílula do cheiro" Índice
|