São Paulo, domingo, 18 de maio de 2008

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Berrini provoca mudanças em hotéis da Paulista

Com a concentração de cinco estrelas na zona sul, hotéis na região da avenida adotaram linha personalizada ou fecharam

Boom de flats na região da av. Paulista, procurados por executivos, também contribuiu para mudança no perfil dos hotéis da região

EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O pólo hoteleiro da região da avenida Paulista está mudando de perfil. Com a criação do pólo hoteleiro na região da avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini (zona sul), dominado pelas redes internacionais, os hotéis de luxo da Paulista estão mudando de cara ou fechando.
O novo perfil da Paulista é dominado pelos "hotéis design" -arquitetura exclusiva e atendimento personalizado. A Berrini tem os "cinco estrelas padrão" -serviço e arquitetura iguais no mundo todo.
Os hotéis da Berrini atendem, principalmente, a executivos. "O centro da cidade era o centro de negócios e de turismo. Depois, o centro de negócios foi para a Paulista. Hoje é na Berrini, por causa das multinacionais", disse Patricio Alvarez, gerente-geral do Hilton São Paulo.
O Hilton é um dos símbolos da mudança. Em 2004, o grupo fechou o hotel da avenida Ipiranga, no centro, e concentrou suas operações na Berrini.
Para Carl Emberson, diretor-geral do Grand Hyatt São Paulo, a criação do pólo hoteleiro de luxo na Berrini ajudou a melhorar a qualidade do atendimento em toda a cidade. "Deu uma grande melhoria para os hóspedes porque ajudou a melhorar o serviço de todo o setor", disse Emberson.
A mudança fica mais visível com o anúncio de novos negócios na região da Paulista: o Crowne Plaza fecha as portas no dia 28, o Meliá Mofarrej será reformado e o Maksoud Plaza pode ser leiloado.
Algumas grandes redes internacionais continuam na região da Paulista -casos do Intercontinental, do grupo britânico IHG, e do Renaissance, do norte-americano Marriot- mas a mudança de perfil é nítida.
Um exemplo é a reforma do Mofarrej. Hoje operado pelo rede espanhola Sol Meliá, passará para as mãos do grupo português Espírito Santo. Em julho, o prédio será fechado para reforma e, no início de 2009, a reabertura será sob a bandeira Tivoli, com a promessa de ser o mais luxuoso hotel da cidade, o primeiro com padrão seis estrelas. A idéia é concorrer com os tradicionais hotéis Emiliano e Fasano, também nos Jardins.
Na semana passada, o Crowne Plaza, também do IHG, anunciou que vai fechar o hotel da rua Frei Caneca no dia 28. O dono do prédio, Nelson Baeta Neves, nega o negócio, mas a Folha apurou que a Secretaria do Patrimônio da União já trabalha na documentação de transferência do imóvel para o Ministério Público Federal.
Outro símbolo da região da Paulista, o Maksoud Plaza, na al. Campinas, pode ser leiloado no dia 27 para a quitação de dívidas trabalhistas da Hidroservice, outra empresa de Henry Maksoud, que não quis falar com a Folha.
Caio Carvalho, presidente da SPTuris, diz que a migração para a Berrini se deu por causa do boom dos flats nos Jardins nos anos 90. "Acabaram ocupando o espaço dos hotéis, que foram buscar outros nichos."


Colaborou DIÓGENES CAMPANHA , da coluna Monica Bergamo


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