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Berrini provoca mudanças em hotéis da Paulista
Com a concentração de cinco estrelas na zona sul, hotéis na região da avenida adotaram linha personalizada ou fecharam
Boom de flats na região da av. Paulista, procurados por executivos, também contribuiu para mudança no perfil dos hotéis da região
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O pólo hoteleiro da região da
avenida Paulista está mudando
de perfil. Com a criação do pólo
hoteleiro na região da avenida
Engenheiro Luís Carlos Berrini
(zona sul), dominado pelas redes internacionais, os hotéis de
luxo da Paulista estão mudando de cara ou fechando.
O novo perfil da Paulista é
dominado pelos "hotéis design" -arquitetura exclusiva e
atendimento personalizado. A
Berrini tem os "cinco estrelas
padrão" -serviço e arquitetura
iguais no mundo todo.
Os hotéis da Berrini atendem, principalmente, a executivos. "O centro da cidade era o
centro de negócios e de turismo. Depois, o centro de negócios foi para a Paulista. Hoje é
na Berrini, por causa das multinacionais", disse Patricio Alvarez, gerente-geral do Hilton
São Paulo.
O Hilton é um dos símbolos
da mudança. Em 2004, o grupo
fechou o hotel da avenida Ipiranga, no centro, e concentrou
suas operações na Berrini.
Para Carl Emberson, diretor-geral do Grand Hyatt São Paulo, a criação do pólo hoteleiro
de luxo na Berrini ajudou a melhorar a qualidade do atendimento em toda a cidade.
"Deu uma grande melhoria
para os hóspedes porque ajudou a melhorar o serviço de todo o setor", disse Emberson.
A mudança fica mais visível
com o anúncio de novos negócios na região da Paulista: o
Crowne Plaza fecha as portas
no dia 28, o Meliá Mofarrej será
reformado e o Maksoud Plaza
pode ser leiloado.
Algumas grandes redes internacionais continuam na região
da Paulista -casos do Intercontinental, do grupo britânico
IHG, e do Renaissance, do norte-americano Marriot- mas a
mudança de perfil é nítida.
Um exemplo é a reforma do
Mofarrej. Hoje operado pelo
rede espanhola Sol Meliá, passará para as mãos do grupo português Espírito Santo. Em julho, o prédio será fechado para reforma e, no início de 2009, a
reabertura será sob a bandeira
Tivoli, com a promessa de ser o
mais luxuoso hotel da cidade, o
primeiro com padrão seis estrelas. A idéia é concorrer com
os tradicionais hotéis Emiliano
e Fasano, também nos Jardins.
Na semana passada, o Crowne Plaza, também do IHG,
anunciou que vai fechar o hotel
da rua Frei Caneca no dia 28. O
dono do prédio, Nelson Baeta
Neves, nega o negócio, mas a
Folha apurou que a Secretaria
do Patrimônio da União já trabalha na documentação de
transferência do imóvel para o
Ministério Público Federal.
Outro símbolo da região da
Paulista, o Maksoud Plaza, na
al. Campinas, pode ser leiloado
no dia 27 para a quitação de dívidas trabalhistas da Hidroservice, outra empresa de Henry
Maksoud, que não quis falar
com a Folha.
Caio Carvalho, presidente da
SPTuris, diz que a migração para a Berrini se deu por causa do
boom dos flats nos Jardins nos
anos 90. "Acabaram ocupando
o espaço dos hotéis, que foram
buscar outros nichos."
Colaborou DIÓGENES CAMPANHA , da coluna
Monica Bergamo
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