São Paulo, segunda-feira, 18 de maio de 2009

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FÁBIO LEOPOLDINO MAIA (1963-2009)

Músicas, desenhos e textos de um artista autodidata

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Fábio Leopoldino ganhou uma guitarra aos 13. Foi a primeira e única. "Tinha as cordas altas, só ele conseguia tocar nela. E ele tinha um jeito muito próprio de fazer isso", conta o amigo de longa data Wagner Alves, fotógrafo.
Autodidata, aprendeu tudo sozinho, afirma a irmã Rita. Pintava, desenhava, escrevia peças. Calculava até a numerologia para os amigos. Diz a irmã que uma companhia teatral de Valença, cidade onde morava, no Rio de Janeiro, está ensaiando um de seus trabalhos. Recentemente, Fábio dava aulas de desenho e música numa ONG. "Ele fez uma tela a lápis, com a imagem da Madre Teresa de Calcutá, que foi considerada uma obra de arte." A família quer reaver o quadro, hoje exposto em Niterói (RJ).
No período em que viveu em Niterói, montou bandas. A primeira, como lembra Wagner, chamava-se Eterno Grito. Outra teve papel importante no desenvolvimento do cenário alternativo do Rio no anos 90: a Second Come.
Tocou ainda nos grupos Stellar e Polystyrene, entre outros. A maioria das composições eram em inglês. Rita lembra que o irmão, formado em comunicação, chegou a fazer trabalhos de tradução. "Ele estava bem, saía sempre para fazer caminhadas com a minha mãe", diz a irmã. Na segunda-feira passada, sentiu-se mal, após voltar de uma ida ao banco, e a mãe foi lhe preparar um chá. Em determinado momento, pediu para que ela ficasse perto dele. Fábio sofreu um infarto e morreu, aos 46 anos.
Não deixa filhos. "Antes de morrer, ele pediu para que a mãe acreditasse em vida após a morte", conta o amigo. Como era espírita, não haverá missa de sétimo dia.

obituario@grupofolha.com.br


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