São Paulo, segunda-feira, 18 de maio de 2009

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Total de infectados pela gripe suína dispara no Japão

País tinha 4 casos no início do mês e passou a 78 no final de semana; Turquia, Índia e Malásia anunciam primeiros casos

Organização Mundial da Saúde adicionou cerca de mil novos casos ao balanço oficial, que agora marca 8.480 em todo o mundo

MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O registro de pacientes que contraíram a gripe A (H1N1) -que ficou conhecida como gripe suína- disparou no Japão nos últimos dias, chegando a 78, segundo informaram ontem autoridades sanitárias do país. Os principais focos são as províncias de Hyogo e Osaka.
No início do mês, eram contabilizados apenas quatro casos de pacientes, que haviam contraído o vírus fora do Japão. O anúncio foi feito no mesmo final de semana em que a OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou cerca de mil novos casos da doença, elevando o total de infectados no mundo para 8.480. No Brasil, até ontem, oito pessoas haviam contraído a doença (leia ao lado). No Japão, do total de casos, 74 são autóctones, ou seja, as pessoas foram contaminadas dentro do país. Boa parte dos infectados é de estudantes, o que levou ao fechamento por sete dias das escolas em Kobe, sexta maior cidade do país, localizada na província de Hyogo. Segundo a porta-voz do Ministério da Saúde e Assistência Social, Haruki Ogawa, o número de casos deve crescer significativamente à medida em que novos testes forem concluídos.
Os casos registrados no Japão mostram o avanço da gripe no continente asiático. No final de semana, Índia e Malásia também anunciaram os primeiros casos da doença. O mesmo ocorreu com a Turquia. A aparição de um novo foco em uma região diferente da América do Norte poderia justificar o aumento do nível de alerta da OMS de 5 para 6, o que caracterizaria pandemia (epidemia de vasto alcance, podendo ter proporções mundiais). Apesar dos novos números informados pelo governo japonês, o balanço da OMS divulgado ontem ainda apontava apenas sete casos no país.
O boletim mostrou ainda que o México continua entre as nações mais afetadas pela doença, liderando em total de mortes -66. Além do México, Estados Unidos, com 4.714 casos e 4 mortes, e o Canadá, com 496 casos e uma morte, são os países onde o vírus atuou de forma mais abrangente até ontem. Os cerca de mil novos casos passaram a fazer parte dos dados oficiais da doença na véspera da Assembleia Mundial da Saúde, na qual a gripe A será tema de destaque. Realizado a partir de hoje, na Suíça, o encontro reunirá autoridades sanitárias de todo o mundo. Será discutida a possibilidade de se iniciar a produção em massa de uma vacina contra a doença. Isso, contudo, poderia levar os países a reduzir a produção da vacina contra a gripe sazonal, que a cada ano mata 500 mil pessoas no mundo.
O Instituto Butantan, de São Paulo, uma das entidades que poderiam desenvolver o produto no Brasil, é um dos órgãos convidados a participar do evento. A OMS já admitiu que a vacina não será uma solução a ser usada amplamente em curto ou médio prazo e que os países devem continuar alertas.


Com agências e Folha Online


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