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EDUCAÇÃO
Prefeita fez promessa em 2001
Marta não vai desativar 39 escolas de latinha
DO "AGORA"
A apenas seis meses do final de
sua gestão, a prefeita Marta Suplicy (PT) ainda não conseguiu
retirar pelo menos 30 mil alunos
das escolas de latinha do município. A extinção dessas escolas
-em aço pré-moldado, todas as
61 foram construídas na administração de Celso Pitta (1997-2000)- foi prometida por Marta
desde que assumiu, em 2001.
"Puxei a orelha da secretária e
não vai ter nenhuma criança em
escola de latinha até 2004", disse a
prefeita em 17 de julho de 2003,
depois que a secretária da Educação, Cida Perez, afirmou que não
seria possível desativar todas as
escolas até este ano.
Até agora, apenas 17 escolas foram desocupadas. Cinco foram
substituídas por escolas de alvenaria. Nas outras 12 unidades, os
alunos foram para CEUs (Centros
Educacionais Unificados).
Outras cinco escolas estão em
obras e poderão ser inauguradas
até o fim do ano. Mas as 39 restantes, embora sejam alvo de estudos
para a desativação, devem continuar funcionando em 2005. Cada
escola tem de oito a dez salas, com
30 alunos em cada uma, em pelo
menos três turnos diários.
As escolas de aço não têm isolamento térmico. Por isso são
quentes demais no verão e muito
geladas no inverno.
A precariedade das escolas de
latinha contrasta com os CEUs,
principal bandeira da prefeita,
que é candidata à reeleição. Em
cada escolão foram gastos pelo
menos R$ 17 milhões. Os alunos
têm, além de salas de aula de alvenaria, teatro, cinema, piscina e
complexo esportivo.
Com R$ 1,2 milhão, segundo o
sindicato dos professores municipais, seria possível construir um
colégio comum para 2.000 alunos.
Josué (nome fictício), 10, está na
quarta série e estuda há três anos
na Emef Paulo Freire, escola de latinha em Paraisópolis (zona sul).
"A sala é muito mais quente no
verão e muito mais gelada no inverno. Também faz muito barulho. Quando chove, é impossível
ouvir o que a professora diz."
Para o presidente do sindicato
dos professores da rede municipal, Ismael Palhares Júnior, o desconforto proporcionado pelas escolas de lata desvia a atenção do
aluno e prejudica o aprendizado.
O governo do Estado também
utiliza aço pré-moldado para
construir salas de aula e suprir a
demanda por classes. Atualmente, segundo a Secretaria de Estado
da Educação, existem 89 salas de
lata, todas na região metropolitana. Mas nenhuma escola é feita de
lata, segundo o governo. Essas salas foram montadas dentro de 26
escolas de alvenaria para ampliar
o número de classes. O governo
estadual afirma que, até julho, todas serão desativadas.
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