São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BARBARA GANCIA

Ronaldo e Cicarelli estréiam hoje nos cinemas

Alguém sabe afirmar se, lá nos EUA, o pessoal também achou um despropósito o Sylvester Stallone e o Tom Cruise carregarem a tocha olímpica? Algo me diz que não. Mas por que então nós sempre encontramos motivo para chiar?
Terá sido a visão do símbolo olímpico nas mãos de um exército de executivos da área de telefonia celular (profissionais que tomaram o lugar de vedete que pertencia aos publicitários) a estragar a festa do revezamento da tocha?
Se aquele catatau do Rambo pode desfilar com a tocha, por que a Daniela Cicarelli não pode? Está certo que ninguém mais agüenta esportistas que façam uso dos métodos ensinados pela "escola David Beckham de marketing". Mas não será dor-de-cotovelo reclamar da presença da modelo no desfile?
Afinal, o casal Daniela Cicarelli e Ronaldo Fenômeno está em superevidência no momento. Até filme de Hollywood os dois estão estrelando. Quem quiser conferir, que vá hoje à estréia. Ronaldo e Daniela estarão nas melhores salas de cinema do país. Ele como Shrek e ela como princesa Fiona.
 
Quer apostar um picolé de limão como é capaz de o laudo da Unicamp constatar que a letra da missiva endereçada à Union des Banques Suisses não é de Paulo Salim Maluf? Não discuto a assinatura da carta, mas, que eu saiba, todo libanês que se preze fala bem o francês. Se o ex-prefeito tivesse escrito a carta ao banco suíço de próprio punho, não seria mais fácil para ele redigi-la em francês?
Nunca se ouviu contar de alguém que depositasse US$ 300 milhões em um banco, em nome de outra pessoa, só para incriminá-la. E se a vítima tomasse conhecimento do fato e resolvesse transferir a dinheirama? Mas, até que a investigação sobre as contas de Maluf no exterior seja concluída, a prudência recomenda que se economize em carnaval.
 
Em um país onde há quem se disponha a espionar o governo por R$ 2.500 ao mês, a quantia de R$ 300 mil pode parecer uma enormidade. É o montante que o Fundo Nacional de Cultura irá desembolsar para realizar a Festa Literária Internacional de Paraty, sucesso retumbante em 2003. Outros R$ 2,47 milhões serão gastos por patrocinadores. Levando-se em conta o retorno para a cidade e a repercussão de um evento desses, R$ 300 mil são pechincha. Representam 0,15% da verba do Ministério da Cultura. Para receber Paul Auster, Margaret Attwood e Martin Amis.

QUALQUER NOTA

Infâmia consentida
Alô, governadora Rosinha Matheus! A senhora, que é tão pia, vai deixar passar em branco a surpreendente declaração de seu secretário de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, de que alguns jornais precisam "passar por um episódio como aquele do Tim Lopes" para refletir sobre a realidade?

Vaga preenchida
Caetano Veloso pode ir tranqüilo fazer todos os disquinhos de música estrangeira que desejar. Com seu novo CD, "Saiba", Arnaldo Antunes demonstra estar mais do que apto a ocupar o posto vacado pelo tropicalista de poeta pensante da MPB.

E-mail - barbara@uol.com.br
www.uol.com.br/barbaragancia


Texto Anterior: Outro lado: Problema com terreno dificulta a substituição
Próximo Texto: Qualidade das praias: Litoral norte de SP continua a ter 18 locais impróprios
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.