São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2004

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VIOLÊNCIA

Vítima foi atacada por um casal e morreu ao cair do sétimo andar

Suíço é torturado e morto no Rio

Reprodução
O suíço Reto Franz Ullmann


TALITA FIGUEIREDO
ALESSANDRO FERREIRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O professor suíço Reto Franz Ullmann, 56, foi morto anteontem à noite no Rio, ao ser supostamente empurrado da janela de seu apartamento no Leme (zona sul da cidade). De acordo com a polícia, Ullmann foi torturado antes de ser morto. A polícia encontrou no apartamento um tablete de 600 g de maconha prensada.
O crime foi registrado como latrocínio, mas a polícia investiga outras hipóteses. O delegado Fernando Veloso, que registrou o caso, informou que os assassinos teriam uma motivação por causa da crueldade. Segundo ele, o professor foi "muito torturado".
O apartamento, do sétimo andar do prédio da rua Gustavo de Sampaio, foi totalmente revirado. O cofre estava aberto, havia roupas e objetos jogados. Marcas de sangue foram encontradas em todos os cômodos.

Ataque
Ullmann teria sido assassinado por um casal que chegou ao prédio por volta das 18h. Segundo a polícia, o professor teria autorizado a subida do casal.
Apesar de ter sido encontrada grande quantidade de maconha, a polícia não acredita que o crime tenha relação com o tráfico, mas supõe que a droga fosse para consumo do professor.
Antes de ser jogado, Ullmann foi amordaçado e sufocado com fios de telefone, além de ter os dedos das mãos quebrados e partes do corpo cortadas a faca. O professor foi atirado no pátio interno.
O casal teria levado objetos de valor e documentos que estavam no cofre. O porteiro teria aberto a porta para o casal em fuga por ter ficado assustado com a morte.
Minutos antes de o professor ser jogado, vizinhos teriam reclamado de uma discussão no apartamento. Segundo eles, baques no chão e nas paredes indicavam luta. Gritos foram ouvidos.
As fitas de vídeo do circuito interno de TV do edifício foram entregues à polícia.
Ullmann morava no Rio desde 1999, mas viajava constantemente para a Europa. Da última viagem, para a Suíça, ele chegou dois dias antes de morrer. Segundo funcionários do prédio, Ullmann nunca criou problemas.
O professor costumava receber muitos alunos em seu apartamento, onde lecionava alemão.
Ullmann teria uma companheira, que tinha a chave do apartamento e que se chamaria Regina. Ele não teria parentes no país.


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