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Morre homem agredido após participar da Parada Gay
Marcelo Barros, 35, foi espancado em uma rua do centro, onde foi achado em estado grave
Na noite de domingo, médicos da Santa da Casa constataram traumatismo craniano; polícia investiga ação de grupo de skinheads
DA REPORTAGEM LOCAL
Agredido após participar da
13ª Parada Gay, Marcelo Campos Barros, 35, morreu ontem
em consequência de traumatismo craniano. A morte cerebral
dele havia sido confirmada à
tarde -a morte foi confirmada
no início da noite. Ele estava internado na Santa Casa.
Depois de participar do evento na Paulista ao lado de duas
amigas, Barros se dirigiu à rua
Araújo, na região central, onde
acabou espancado e foi encontrado em estado grave.
Ao ser socorrido na Santa
Casa de Misericórdia na noite
de domingo, os médicos constataram um grave traumatismo
craniano em Barros. Até ontem, a família do homem
não sabia que ele estava internado no hospital.
O evento foi marcado pela
violência. Ao todo, 57 pessoas
foram feridas. Dessas, 23 foram
atingidas por estilhaços de uma
bomba caseira. Nesse caso, ninguém foi preso até agora.
A Polícia Civil diz ter pistas
sobre as identidades dos agressores de Barros, mas não as revela por acreditar que isso atrapalhará as investigações.
Uma das principais frentes
da investigação sobre a agressão contra Barros tem como alvo a ação de um grupo de skinheads que planejou atacar
participantes da Parada Gay
quando eles estivessem no centro de São Paulo.
Esse grupo prega a intolerância contra negros, homossexuais, nordestinos e judeus.
A polícia também tenta descobrir se Barros é o homem que
aparece em um vídeo sendo
agredido por um grupo de cerca
de oito pessoas. As imagens foram captadas pela rede Bandeirantes, durante a Parada Gay.
Outra linha da investigação
indica que ele foi vítima de um
roubo e, ao reagir, acabou gravemente ferido na cabeça.
Hoje, as duas moças que o
acompanhavam no domingo
serão interrogadas pela polícia.
No momento da agressão, elas
não estavam com ele.
Segundo o hospital, a família
de Barros ainda não havia decidido sobre a doação de órgãos.
(ANDRÉ CARAMANTE)
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