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TCU veta instalação de detector de armas químicas em presídios
Pedido veio de estagiários do Ministério da Justiça, diz tribunal
HUDSON CORRÊA
DO RIO
O Ministério da Justiça começou a equipar suas quatro
penitenciárias com detectores de armas químicas -como os gases sarin e mostarda- e drogas sintéticas, mas
o TCU (Tribunal de Contas da
União) mandou parar o negócio de R$ 4 milhões.
O tribunal disse que o ministério justificou a compra
com textos de professores, de
1991, e copiados da internet.
Afirma ainda que os textos
não têm relação com presídios e que foram editados por
estagiários, sem autorização
dos pesquisadores.
Os detectores identificam
substâncias nas roupas ou
em recipientes e rastreiam
explosivos e drogas.
Seis aparelhos foram comprados e estão em uso. As
aquisições começaram em
2006, mas os detalhes eram
mantidos em sigilo até a decisão do TCU no mês passado.
Para o ministério, as centenas de presos perigosos justificam a compra. Atualmente,
as quatros penitenciárias
abrigam 498 detentos.
O governo cita o traficante
Fernandinho Beira-Mar e o libanês Farouk Omairi, suspeito de participar de atentado terrorista na Argentina.
Os dois estão na penitenciária de Campo Grande (MS).
"Se vou receber os piores
caras do Brasil, eu tenho que
me preparar e aumentar meu
campo preventivo", disse o
diretor de Políticas Penitenciárias, André Luiz de Almeida Cunha. "Não adianta pôr
fechadura na porta após o
roubo", afirmou.
USO INDEVIDO
A professora Maria Regina
Alcântara, da USP, cujo trabalho foi usado pelo ministério, dá mais razão ao TCU.
"Em momento nenhum [o
trabalho] se refere a uma possível entrada de armas químicas em presídio."
O ministério diz que, para
o TCU, a professora confirmou ser possível o uso de armas químicos em presídios.
"A utilização de arma química é possível em qualquer
lugar, mas quem iria querer
utilizá-la em um presídio?
Qual o propósito?", afirmou.
O diretor de Políticas Penitenciárias vai recorrer. Ele diz
que os aparelhos servem para revistar visitantes e presos.
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