São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2010

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ROSA JULIANO PERFEITO (1931-2010)

Rosa ajudou a levantar a igreja

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Ao se mudarem para as redondezas do Ibirapuera, nos anos 60, Rosa Juliano Perfeito e o marido acreditavam que ali era o fim do mundo. Tinha até vaca pastando.
A igreja de Santo Ivo, que surgiu depois na região, deve sua existência um pouco ao trabalho de Rosa, ao lado de outros moradores. Era ela quem organizava festas para a construção do espaço.
Nascida em SP, trabalhou como professora até os filhos nascerem. O marido, médico, havia sido professor de biologia de sua irmã, no tempo em que ele tinha de lecionar para se manter na faculdade.
Ela costumava chamá-lo de Nê, e o marido se referia à mulher pelo mesmo apelido.
O casal perdeu o primeiro filho com poucos meses de vida. Depois, teve mais dois.
Rosa adorava a rotina do dia a dia. Levantava por volta das 4h, e, até nas férias, fazia seus meninos acordarem cedo. O bom é que eles nunca se atrasaram para as aulas.
Aos 40, teve um câncer de mama, doença que 20 anos depois voltou a atacá-la.
Era uma sobrevivente. Sofrera dois acidentes, um na estrada e outro na cidade -neste último, teve o carro prensado contra um poste por um ônibus, ao cruzar a avenida Santo Amaro. Ficou uma semana na UTI.
Para completar, ainda teve insuficiência cardíaca, tendo de passar por cirurgia.
Mas era uma mulher otimista. Aceitava as situações difíceis que não podia alterar e seguia tocando a vida.
Estava com insuficiência renal. Viúva desde 2005, morreu na terça-feira da semana passada, aos 79 anos, em decorrência de uma infecção. Teve uma neta.

coluna.obituario@uol.com.br


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