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ROSA JULIANO PERFEITO (1931-2010)
Rosa ajudou a levantar a igreja
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Ao se mudarem para as redondezas do Ibirapuera, nos
anos 60, Rosa Juliano Perfeito e o marido acreditavam
que ali era o fim do mundo.
Tinha até vaca pastando.
A igreja de Santo Ivo, que
surgiu depois na região, deve
sua existência um pouco ao
trabalho de Rosa, ao lado de
outros moradores. Era ela
quem organizava festas para
a construção do espaço.
Nascida em SP, trabalhou
como professora até os filhos
nascerem. O marido, médico,
havia sido professor de biologia de sua irmã, no tempo em
que ele tinha de lecionar para
se manter na faculdade.
Ela costumava chamá-lo
de Nê, e o marido se referia à
mulher pelo mesmo apelido.
O casal perdeu o primeiro
filho com poucos meses de
vida. Depois, teve mais dois.
Rosa adorava a rotina do
dia a dia. Levantava por volta
das 4h, e, até nas férias, fazia
seus meninos acordarem cedo. O bom é que eles nunca
se atrasaram para as aulas.
Aos 40, teve um câncer de
mama, doença que 20 anos
depois voltou a atacá-la.
Era uma sobrevivente. Sofrera dois acidentes, um na
estrada e outro na cidade
-neste último, teve o carro
prensado contra um poste
por um ônibus, ao cruzar a
avenida Santo Amaro. Ficou
uma semana na UTI.
Para completar, ainda teve
insuficiência cardíaca, tendo
de passar por cirurgia.
Mas era uma mulher otimista. Aceitava as situações
difíceis que não podia alterar
e seguia tocando a vida.
Estava com insuficiência
renal. Viúva desde 2005,
morreu na terça-feira da semana passada, aos 79 anos,
em decorrência de uma infecção. Teve uma neta.
coluna.obituario@uol.com.br
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