São Paulo, sábado, 18 de junho de 2011

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Juíza é suspeita de extorsão contra Bruno, diz deputado

Acusação foi feita por noiva do ex-goleiro; para petista, indícios são fortes

Magistrada nega todas as acusações, diz que não conhece a noiva do ex-atleta e afirma que irá processar deputado


RAPHAEL VELEDA
DE BELO HORIZONTE

A noiva do ex-goleiro Bruno Fernandes, a dentista Ingrid Oliveira, acusa a juíza Maria José Starling, da comarca de Esmeraldas (MG), de ter visitado o ex-jogador na prisão e cobrado propina de R$ 1,5 milhão para conceder um habeas corpus a ele em outubro do ano passado.
A acusação consta de depoimento à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia de Minas, presidida por Durval Ângelo (PT).
Starling nega todas as acusações. Segundo seu advogado, ela não conhece Ingrid e diz que processará o deputado.
Bruno está preso em Minas, acusado de sequestrar e matar a ex-amante Eliza Samudio. Para a polícia, cometeu o crime porque ela insistia em que ele reconhecesse a paternidade do filho.
Para Ângelo, há fortes indícios da tentativa de extorsão. Segundo ele, Ingrid esteve na casa da juíza e trocou e-mails com ela, que mostram que as duas se relacionavam.
"Foram enviados do e-mail pessoal dela [juíza] e tratam Ingrid em tom pessoal, chamando-a de "minha filha", [dizendo] que vai ao casamento dela", disse à Folha.
"Em outro, ela menciona um suposto juiz de Brasília, com influência no CNJ [Conselho Nacional de Justiça], que iria ajudá-los", continua.
O deputado disse que não poderia entregar cópia dos e-mails à Folha porque o material faz parte da investigação.

INDICAÇÃO
No depoimento, a noiva de Bruno diz ainda que, como a quantia não foi paga, a magistrada a ameaçou de morte por meio de um policial civil, que a abordou na rua.
Ontem, Ângelo disse que ouvirá Bruno sobre a acusação na semana que vem.
Ingrid afirmou ainda, no depoimento, que a juíza indicou o advogado Robson Pinheiro à família do ex-goleiro e disse que ele entraria com o pedido de habeas corpus, que seria aceito por ela.
A juíza Starling não é responsável pelo caso e só poderia julgar a questão, quando o habeas corpus fosse pedido, se estivesse de plantão.
A OAB-MG abriu sindicância para investigar Pinheiro.
Em novembro, ao esclarecer sua situação amorosa à Justiça, Bruno disse que ainda era casado com Dayanne Souza, mas namorava Fernanda Gomes Castro (também ré no processo) e tentava reatar o noivado com Ingrid.


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