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REBELIÃO
Grupo rende oito pessoas e consegue escapar de prisão em SC; detentos aproveitam confusão e promovem motim
Presos matam dois reféns durante fuga
FÁBIO ZANINI
da Agência Folha, em Florianópolis
Dois reféns morreram ontem
durante a fuga de sete presos da
penitenciária de São Cristovão do
Sul (SC).
Aproveitando-se da confusão
causada pela fuga, 180 dos 400 detentos da penitenciária amotinaram-se e fizeram cinco carcereiros
como reféns, ameaçando-os com
facas e estiletes.
Eles estavam concentrados no
pátio interno e ainda mantinham
três reféns até as 18h30 de ontem.
A fuga ocorreu por volta das
10h30, liderada por sete detentos
que foram transferidos para a penitenciária em maio por terem
participado de uma rebelião em
Florianópolis.
Após renderem cinco carcereiros, eles dominaram o sargento da
PM Hélio Ribeiro e outros dois
funcionários: o advogado Lóide
Zanoni, 45, e a carcereira Esmeralda do Rosário, 42.
Os rebelados decidiram fugir pela porta da frente, levando os funcionários e o PM. Na saída, pediram ao advogado que desse a chave de seu automóvel Voyage, que
estava em frente ao prédio.
O advogado recusou-se a entregar a chave e foi morto pelos fugitivos com o seu próprio revólver.
Em seguida, dois dos presos entraram no Voyage com os outros
reféns e saíram em alta velocidade,
em direção à BR-116. Pelo menos
mais cinco escaparam a pé.
Cerca de dez minutos depois, o
carro derrapou em uma curva na
altura do km 173 e capotou, ficando totalmente destruído.
A funcionária Esmeralda do Rosário teve fraturas múltiplas e
morreu a caminho do hospital. Os
detentos fugiram a pé, deixando os
outros reféns para trás.
Até as 18h30, nenhum dos fugitivos havia sido recapturado.
Na penitenciária, a negociação
com os rebelados teve início por
volta das 11h30, comandada pela
juíza Cíntia Santos, da cidade vizinha de Curitibanos, pelo delegado-regional, José Luiz Alves, e pelo
diretor do presídio, Paulo Baú.
Cerca de cem policiais militares
cercaram o prédio e tinham ordens de aguardar o fim das negociações para eventualmente iniciar
uma ação de repressão ao motim.
"Os rebelados querem a revisão
de penas e algumas regalias, como
banho de sol prolongado e acompanhamento médico diário", disse
o diretor.
A superlotação, segundo ele, não
pode ser considerada como fator
responsável pela rebelião, já que a
penitenciária possui 400 presos, 50
a menos que sua capacidade total.
Dois dos carcereiros foram liberados às 15h30, por causa de um
acordo entre os rebelados e a comissão de negociação. Dez presos
que estariam doentes foram levados a um médico.
Os rebelados teriam se comprometido a libertar os outros reféns
quando os doentes retornassem.
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