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São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 2003

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INFÂNCIA

Tropa de choque teve de entrar nas unidades

Febem de Franco da Rocha tem 2 rebeliões em menos de 5 horas

DA REPORTAGEM LOCAL

DO "AGORA"

O complexo da Febem de Franco da Rocha (Grande SP) enfrentou mais um dia tumultuado ontem, com duas rebeliões em menos de cinco horas, funcionários reféns e entrada da tropa de choque da Polícia Militar, que chegou a disparar tiros de borracha e a lançar bombas de efeito moral.
A primeira rebelião começou por volta do meio-dia, quando os jovens infratores da unidade 30 renderam os funcionários e fizeram dez deles reféns. Nessa unidade, estão 187 menores. Eles exigiam negociar com o diretor do complexo, Antônio dos Anjos.
A primeira rebelião foi contida por volta das 15h, após negociação. Mas, menos de uma hora depois, os jovens da unidade vizinha, a 31, que abriga 237 menores, deram início a um novo confronto, fazendo mais um refém.
Esse segundo tumulto só pôde ser percebido do lado de fora das grades do complexo depois de a tropa de choque, que estava no local em razão da primeira rebelião, ter entrado na unidade.
Primeiro, os homens da Polícia Militar entraram. Pouco depois, quando saíram, subiu uma fumaça de colchões queimados pelos menores, que subiram para o telhado da unidade.
No telhado, os menores exibiam uma faixa: "Queremos os manos de volta" -uma alusão à transferência de 30 deles para a unidade de segurança máxima da Vila Maria, inaugurada anteontem. Do alto, começaram a atirar pedras e paus na PM, que respondeu com tiros para o alto e bombas de efeito moral. Cerca de 150 policiais participaram da ação. A segunda rebelião acabou por volta das 16h45, uma hora após o início.
Apesar de o conflito ter sido visto por parentes e jornalistas que estavam do lado de fora, a assessoria da Febem não confirmou que tiros tenham sido disparados.
Com tudo mais calmo, os policiais entraram na unidade 31 para fazer a revista por volta das 17h. Depois, foram para a 30.

Reivindicações
Os menores reivindicavam mais tempo de banho de sol e de visitas. Após a série de rebeliões e fugas, os jovens das duas unidades -considerados de alta periculosidade- têm direito a uma hora de sol, em grupos de dez.
Duas das seis unidades do complexo, justamente onde ocorreram as rebeliões, serão desativadas em breve: a unidade 30 (até o dia 29) e a 31 (até o final do ano).


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