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INFÂNCIA
Tropa de choque teve de entrar nas unidades
Febem de Franco da Rocha tem 2 rebeliões em menos de 5 horas
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
O complexo da Febem de Franco da Rocha (Grande SP) enfrentou mais um dia tumultuado ontem, com duas rebeliões em menos de cinco horas, funcionários
reféns e entrada da tropa de choque da Polícia Militar, que chegou
a disparar tiros de borracha e a
lançar bombas de efeito moral.
A primeira rebelião começou
por volta do meio-dia, quando os
jovens infratores da unidade 30
renderam os funcionários e fizeram dez deles reféns. Nessa unidade, estão 187 menores. Eles exigiam negociar com o diretor do
complexo, Antônio dos Anjos.
A primeira rebelião foi contida
por volta das 15h, após negociação. Mas, menos de uma hora depois, os jovens da unidade vizinha, a 31, que abriga 237 menores,
deram início a um novo confronto, fazendo mais um refém.
Esse segundo tumulto só pôde
ser percebido do lado de fora das
grades do complexo depois de a
tropa de choque, que estava no local em razão da primeira rebelião,
ter entrado na unidade.
Primeiro, os homens da Polícia
Militar entraram. Pouco depois,
quando saíram, subiu uma fumaça de colchões queimados pelos
menores, que subiram para o telhado da unidade.
No telhado, os menores exibiam
uma faixa: "Queremos os manos
de volta" -uma alusão à transferência de 30 deles para a unidade
de segurança máxima da Vila Maria, inaugurada anteontem. Do alto, começaram a atirar pedras e
paus na PM, que respondeu com
tiros para o alto e bombas de efeito moral. Cerca de 150 policiais
participaram da ação. A segunda
rebelião acabou por volta das
16h45, uma hora após o início.
Apesar de o conflito ter sido visto por parentes e jornalistas que
estavam do lado de fora, a assessoria da Febem não confirmou
que tiros tenham sido disparados.
Com tudo mais calmo, os policiais entraram na unidade 31 para
fazer a revista por volta das 17h.
Depois, foram para a 30.
Reivindicações
Os menores reivindicavam mais
tempo de banho de sol e de visitas.
Após a série de rebeliões e fugas,
os jovens das duas unidades
-considerados de alta periculosidade- têm direito a uma hora
de sol, em grupos de dez.
Duas das seis unidades do complexo, justamente onde ocorreram as rebeliões, serão desativadas em breve: a unidade 30 (até o
dia 29) e a 31 (até o final do ano).
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