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São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 2003

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CRIME

Ele tentou fugir pelo esgoto do córrego Aricanduva

Ladrão ataca mulher, mas apanha dela e de testemunhas e é preso

DO "AGORA"

Marcos Meneses, 30, imaginou que não precisaria de arma para roubar a bolsa de uma mulher. Imaginou errado: a judoca Ana Cláudia Rufino, 32, reagiu com murros e pontapés contra o ladrão, que acabou preso.
Massoterapeuta, Rufino pratica judô, "por esporte", há quatro anos -está na faixa verde, a quinta numa escala de oito. Foi o primeiro assalto sofrido por ela. Ao ser atacada, conta que ficou nervosa demais para usar as técnicas da arte marcial. "Dei logo uns murros e chutes na cara dele."
Rufino foi atacada quando voltava para sua casa, na avenida Aricanduva, próximo ao shopping, em Cidade Líder (zona leste), às 21h de anteontem.
O ladrão seguiu a massoterapeuta após ela se afastar do ponto de ônibus. Meneses pôs as mãos na jaqueta para fingir que estava armado. Depois, puxou a bolsa de Rufino, que não o deixou levá-la. Meneses, então, empurrou-a e deu um soco em seu rosto, derrubando-a no chão. Rufino se levantou, foi para cima e derrubou-o também. "Foi aquela luta", comentou ela.
Testemunhas na rua logo ligaram para a polícia. Para mantê-las afastadas, Meneses disse ao grupo que tudo não passava de uma briga de namorados. Acabou apanhando mais. "Quando o ouvi dizendo que eu era sua namorada, fui até lá e lhe dei outro murro", lembrou Rufino, ainda nervosa.
Depois que ela explicou ao grupo que se tratava de um assalto, as pessoas cercaram Meneses e também passaram a espancá-lo. "Fiquei todo quebrado", disse o criminoso à reportagem, horas mais tarde, dentro de sua cela, coberto de hematomas. Mesmo após a pancadaria, o ladrão conseguiu fugir: pulou no córrego Aricanduva e entrou numa tubulação de esgoto. A PM, porém, cercou as saídas da tubulação, e Meneses foi preso na avenida Gualtar.
Na delegacia, ele negou que tivesse, na abordagem, apanhado da judoca. "Eu apanhei da multidão. Dela, sozinha, não." Menezes admitiu o crime e contou que já havia sido preso antes por roubo. "Só assalto porque estou desempregado há dois anos e minha mulher está grávida."
A polícia não recomenda, sob hipótese alguma, reagir a assaltos. A vítima, porém, disse que agiu por impulso. "Quando vi, já tinha feito." Rufino não sabe se voltará a atacar caso um assaltante se aproxime novamente. "Só se eu estiver na TPM", brincou.


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