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São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 2003

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ENSINO SUPERIOR

Ministérios terão ações conjuntas para racionalizar aplicação de recursos no programa de pós-graduação

Governo quer unificar concessão de bolsas

LUIS RENATO STRAUSS
DA REPORTAGEM LOCAL

Um acordo dos ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT) e da Educação (MEC) deve encerrar a disputa entre ações do próprio governo no setor de pós-graduação. Uma comissão irá promover mudanças para racionalizar a aplicação de recursos públicos e criar um plano nacional para a área, que já conta com um atraso de pelo menos dez anos.
Uma comissão estudará os problemas do setor. O grupo é dirigido pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). O primeiro, ligado ao MCT, desenvolve trabalhos relacionados à pesquisa. A Capes, do MEC, faz atividades voltadas à qualificação de professores do ensino superior e à área acadêmica, além de autorizar e fomentar a criação de pós-graduação e avaliá-los.
Uma das tarefas da comissão será identificar os setores que recebem recursos de ambas as entidades. No próximo encontro do grupo, no dia 24, será discutida a criação de um plano para melhorar a distribuição de financiamentos. Assim, a Capes e o CNPq, que têm atuações independentes, trabalhariam em conjunto para formação de especialistas em genética, por exemplo. O projeto piloto deve ser entregue em setembro.
Outro objetivo é delinear o plano nacional de pós-graduação. O projeto seria a diretriz para a abertura de novos cursos, a avaliação dos existentes e a distribuição de recursos destinados a bolsas, laboratórios e compra de materiais. O projeto também pode destacar áreas de prioridade, como a biotecnologia ou a tecnologia relacionada à informática.
A discussão pode levar de dois a três anos, e outras entidades deverão fazer parte dela, como fundações, sindicatos e instituições de ensino. O texto, para ser implementado, deve ser aprovado pelo Conselho Nacional de Educação.
O novo plano pode tratar de temas como a desigualdade na distribuição de investimentos -até 2001, mais de 50% dos recursos do CNPq, por exemplo, foram destinados ao Sudeste.
Na opinião de Isaac Roitman, diretor da Capes, o sistema de incentivo à pós-graduação está defasado. Nos últimos dez anos, houve um aumento de 2.600 cursos de pós-graduação, mas o número de concessão de bolsas permaneceu estagnado. "Durante os anos 80, cerca de 70% dos pós-graduandos eram bolsistas. Hoje, esse número não chega aos 30%." Atualmente, há cerca de 110 mil pessoas fazendo mestrado ou doutorado. As bolsas não são reajustadas desde 1995.


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