|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ENSINO SUPERIOR
Ministérios terão ações conjuntas para racionalizar aplicação de recursos no programa de pós-graduação
Governo quer unificar concessão de bolsas
LUIS RENATO STRAUSS
DA REPORTAGEM LOCAL
Um acordo dos ministérios da
Ciência e Tecnologia (MCT) e da
Educação (MEC) deve encerrar a
disputa entre ações do próprio
governo no setor de pós-graduação. Uma comissão irá promover
mudanças para racionalizar a
aplicação de recursos públicos e
criar um plano nacional para a
área, que já conta com um atraso
de pelo menos dez anos.
Uma comissão estudará os problemas do setor. O grupo é dirigido pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e pela Capes
(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). O primeiro, ligado ao MCT,
desenvolve trabalhos relacionados à pesquisa. A Capes, do MEC,
faz atividades voltadas à qualificação de professores do ensino superior e à área acadêmica, além de
autorizar e fomentar a criação de
pós-graduação e avaliá-los.
Uma das tarefas da comissão será identificar os setores que recebem recursos de ambas as entidades. No próximo encontro do
grupo, no dia 24, será discutida a
criação de um plano para melhorar a distribuição de financiamentos. Assim, a Capes e o CNPq, que
têm atuações independentes, trabalhariam em conjunto para formação de especialistas em genética, por exemplo. O projeto piloto
deve ser entregue em setembro.
Outro objetivo é delinear o plano nacional de pós-graduação. O
projeto seria a diretriz para a
abertura de novos cursos, a avaliação dos existentes e a distribuição de recursos destinados a bolsas, laboratórios e compra de materiais. O projeto também pode
destacar áreas de prioridade, como a biotecnologia ou a tecnologia relacionada à informática.
A discussão pode levar de dois a
três anos, e outras entidades deverão fazer parte dela, como fundações, sindicatos e instituições de
ensino. O texto, para ser implementado, deve ser aprovado pelo
Conselho Nacional de Educação.
O novo plano pode tratar de temas como a desigualdade na distribuição de investimentos -até
2001, mais de 50% dos recursos
do CNPq, por exemplo, foram
destinados ao Sudeste.
Na opinião de Isaac Roitman,
diretor da Capes, o sistema de incentivo à pós-graduação está defasado. Nos últimos dez anos,
houve um aumento de 2.600 cursos de pós-graduação, mas o número de concessão de bolsas permaneceu estagnado. "Durante os
anos 80, cerca de 70% dos pós-graduandos eram bolsistas. Hoje,
esse número não chega aos 30%."
Atualmente, há cerca de 110 mil
pessoas fazendo mestrado ou
doutorado. As bolsas não são reajustadas desde 1995.
Texto Anterior: Saúde: Apreendidas 50 mil ampolas com anabolizantes da Argentina e do Paraguai Próximo Texto: Seleção muda para curso fora do país Índice
|