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Avião da TAM com 176 bate em prédio e explode
Acidente é o pior da história do país; bombeiro diz que pode haver 200 mortos
Avião não consegue pousar e atravessa avenida; TAM divulgou relação de passageiros
DA REPORTAGEM LOCAL
No pior acidente da história
da aviação brasileira, um avião
da TAM com 176 pessoas a bordo proveniente de Porto Alegre
caiu ontem ao lado do aeroporto de Congonhas quando tentava pousar, às 18h50, sob chuva
em São Paulo.
Até a conclusão desta edição,
tinham sido encontrados 40
corpos, dentro e fora do avião,
segundo a Secretaria da Segurança. À 1h25, a TAM divulgou
relação com os nomes dos passageiros do avião acidentado.
Ao tentar pousar, o Airbus
A320, vôo JJ 3054 da TAM,
passou em um vôo rasante sobre os veículos que estavam na
avenida Washington Luís, uma
das mais movimentadas do
país, e acabou se chocando contra um prédio da própria TAM
e um posto de gasolina, explodindo em chamas.
Segundo informações da
TAM, havia 170 passageiros e
alguns funcionários da empresa que pegavam carona na aeronave, além de seis tripulantes.
Relatos de testemunhas indicam que, na hora do pouso, o
avião fez uma curva à esquerda,
cruzou a avenida um pouco acima dos automóveis e bateu
contra o prédio de três andares.
Além dos passageiros e tripulantes a bordo, foi atingido um
número não conhecido de funcionários da TAM no prédio
-onde trabalhariam cerca de
cem pessoas. Alguns funcionários pularam pelas janelas para
escapar das chamas.
"Tem aí uns 200 mortos",
afirmou o coronel Manuel Antonio da Silva Araujo, comandante do Corpo de Bombeiros.
Segundo o delegado Aldo Galiano Júnior, chefe do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), "dificilmente algum dos passageiros escapou".
Ao ser questionado se havia
entrado na aeronave, o governador José Serra (PSDB) afirmou: "Não tem dentro do avião,
ele se desfez".
Ao saber do acidente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
montou um "gabinete de crise"
com os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Walfrido Mares Guia (Relações Institucionais), Franklin Martins (Comunicação Social) e Waldir Pires (Defesa) e enviou a São Paulo o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito.
O aeroporto de Congonhas
foi fechado e não tem previsão
para retomar as operações.
Anteontem, uma aeronave
da empresa Pantanal com 21
passageiros também derrapou
durante pouso na mesma pista
principal do aeroporto, que havia passado por obras de recuperação até 29 de junho.
O acidente é mais um marco
trágico na crise no setor aéreo
brasileiro que se arrasta por
quase um ano, com rebeliões de
controladores de vôo e medidas
lentas do governo para contornar o caos nos aeroportos.
Até ontem, o pior desastre
aéreo brasileiro deu-se com a
colisão em pleno vôo de um
Boeing 737-800 da Gol contra a
asa de um jato executivo Legacy, em 29 de setembro do ano
passado. Na colisão do vôo Gol
1907, 154 tripulantes e passageiros morreram. Os tripulantes do Legacy nada sofreram.
Há quase 11 anos, a mesma
TAM protagonizou um acidente em Congonhas que matou 99
pessoas. Em 31 de outubro de
1996, um Fokker-100 caiu 25
segundos depois de decolar rumo ao Rio de Janeiro. Na tragédia, morreram 96 pessoas a
bordo do vôo 402 (90 passageiros e seis tripulantes) e três
pessoas em terra que estavam
nas casas atingidas pelo avião.
No Rio, um incêndio ontem
no novo terminal do aeroporto
Santos Dumont interrompeu
as operações de pouso e decolagem por volta das 15h.
Leia mais sobre o vôo 3054 em >> www.folha.com.br
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