São Paulo, quarta-feira, 18 de julho de 2007

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Deputado estava no vôo, diz senador

Segundo senador Arthur Virgílio (PSDB), Júlio Redecker embarcou em Porto Alegre no avião da TAM

Parentes e amigos de passageiros se irritaram com a falta de informações no balcão da companhia no aeroporto Salgado Filho

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O deputado Júlio Redecker (PSDB-RS) estava no vôo da TAM que se acidentou em Congonhas, segundo o senador Arthur Virgílio (AM), líder do partido no Senado. O senador foi informado a respeito do acidente às 21h pelo governador paulista, José Serra, que compareceu ao local do acidente.
Até a conclusão desta edição, os assessores do deputado não haviam confirmado oficialmente a presença de Redecker entre os passageiros. Segundo sua assessoria, ele foi deixado por seu motorista particular às 16h no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, com previsão para embarcar no vôo JJ 3054 com destino a São Paulo. Os assessores não conseguiram contato com o deputado.
Redecker deveria acompanhar o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), em viagem para Washington para uma série de palestras no Parlamento norte-americano. Às 21h30, o site da Câmara confirmou o cancelamento da viagem em razão do acidente.
Redecker, 51, lidera a minoria da oposição na Câmara e está no seu quarto mandato como deputado. Foi eleito em 2006 com 157 mil votos. Pai de três filhos, exerce as profissões de advogado, professor universitário e empresário. O deputado pretende disputar a prefeitura de Porto Alegre em 2008.
Em Porto Alegre, o desespero de parentes e amigos de passageiros com a falta de informações sobre o acidente tomou conta do aeroporto nas horas seguintes à tragédia.
Irritados, dez familiares tentaram derrubar as portas de vidro de um auditório onde seriam fornecidas informações. Até as 23h, a companhia não havia disponibilizado aos parentes a lista dos passageiros. Antes disso, por volta das 20h40, o gerente da TAM Marcelo Viliccic havia dito que a lista seria divulgada apenas pelo telefone 0800-117900.
Segundo os parentes, não o telefone só dava ocupado. Sem notícias, cerca de 30 pessoas que estavam no auditório voltaram para o balcão da TAM, mas já não havia funcionários no local. O aeroporto funcionou normalmente, mas a TAM suspendeu o check-in.
Os parentes tentaram invadir o balcão da companhia e foram contidos por seguranças. O superintendente da Infraero no Estado, Nilo Reinehr, chegou a ser empurrado.
O jornalista Roberto Gomes, 51, cujo irmão, o empresário Mário Gomes, 49, estava no Airbus da TAM, foi ao Ministério Público e ao plantão do Tribunal de Justiça do Estado pedir liminar (decisão provisória) para divulgação da lista.
Por volta das 21h40, a TAM chamou parentes de volta ao auditório do aeroporto para pegar telefones e pedir que voltassem para casa. Muitos saíram chorando e reclamando da falta de explicações. Até as 23h, ainda ocorria entre TAM, Infraero, Polícia Civil e dois representantes dos parentes. Muitos haviam ido embora, mas cerca de 50 permaneceram.


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