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Serra afirma que acidente da TAM foi tragédia anunciada
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo,
José Serra (PSDB), esteve à
noite no aeroporto de Congonhas após o acidente com o
avião da TAM e afirmou que
"todos tem muito o que lamentar, o que chorar", e que a cidade "está de luto". Apesar de
afirmar que ainda era cedo para
falar em causas, o governador
disse que, para ele, o acidente
foi uma tragédia anunciada.
Segundo o governador, as últimas palavras que o piloto do
Airbus disse, ouvidas pela torre
de controle, foram: "vira, vira".
Serra chegou ao local acompanhado do secretário da Justiça, Luiz Antônio Marrey, do secretário estadual da Saúde,
Luiz Roberto Barradas Barata,
e do procurador-geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo Pinho.
O governador afirmou que a
Polícia Civil irá instaurar um
inquérito para apurar as causas
em um processo de colaboração com o Ministério Público.
O governador acompanhou
parte dos trabalhos de remoção
por volta das 21h30. "É uma
grande tragédia. Já foram retiradas 12 vítimas inteiramente
carbonizadas. No momento
prossegue o trabalho de remoção. É um trabalho delicado, inclusive para facilitar a identificação", afirmou.
Questionado se o acidente foi
uma tragédia anunciada, afirmou: "Ouvi dizer que muita
gente achava isso. Inclusive eu.
Mas tem que investigar com serenidade. E trabalhar para que
isso não aconteça de novo".
O governador também falou
sobre os problemas dos aeroportos no Estado. "A questão
aeroportuária tem que passar
por um reexame. Essa não é
uma responsabilidade nossa. É
Federal. Mas, como governo,
nós vamos dar nossa opinião."
"Tudo vai ser investigado rigorosamente. Segundo um oficial da Aeronáutica, a pista é
permanentemente filmada.
Trata-se de chegar a esse filme
e ver de fato o que aconteceu."
Sobre a possibilidade de haver sobreviventes entre os passageiros, disse: "não tem, não
tem. Pelo que os bombeiros disseram, a chance é quase zero".
Segundo ele, bombeiros o informaram que a temperatura
no avião girava em torno de
1.000C.
Serra lamentou pelo deputado federal Júlio Redecker
(PSDB-RS), que estaria entre
os passageiros. "Perdi um amigo querido. Líder da oposição,
homem valioso, otimista, combativo, trabalhador."
Segundo dados do governador, eram ao menos 230 bombeiros recrutados para os trabalhos e 70 carros, entre ambulâncias, carros de polícia e dos
bombeiros.
De acordo com o procurador-geral de Justiça de São Paulo,
Rodrigo Pinho, o promotor designado para acompanhar o caso será João Homero Franco,
que também foi responsável
pelas apurações do acidente
envolvendo o Fokker 100 da
TAM, em 1996, que deixou 99
pessoas mortas.
O inquérito da Polícia Civil
que irá investigar a tragédia irá
apurar a ocorrência de homicídio culposo (quando não há intenção de matar).
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