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TCU lista 12 problemas em obras da Infraero
Técnicos dizem à CPI do Apagão Aéreo que ex-presidente da estatal e atual diretora de engenharia sabiam de irregularidades
Entre os problemas, estão projeto básico de má
qualidade e ausência de
punição a empresas pela
não-execução de serviços
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Técnicos do TCU (Tribunal
de Contas da União) apresentaram ontem à CPI do Apagão
Aéreo do Senado lista com 12
irregularidades comuns encontradas nas obras da Infraero
nos aeroportos desde 2005.
Conforme os técnicos, todas os
problemas nos contratos com
as empresas privadas eram de
conhecimento do deputado
Carlos Wilson (PT-SP), que
presidiu a empresa de 2003 a
2006, e da atual diretora de engenharia, Eleuza Teresinha.
"Com toda a certeza, esses
processos passaram pelas mãos
deles", afirmou Cláudio Sarian
Altourian, analista de finanças
e controle externo do TCU.
O TCU tem cerca de 70 processos que investigam a Infraero, dos quais 15 são relacionados a obras nos aeroportos. A
maioria das auditorias não foi
concluída, mas, conforme o
técnico, já apresentam "indícios de irregularidades fortes e
consistentes".
Os técnicos informaram à
CPI que os processos só não foram concluídos ainda porque a
Infraero, estatal que administra os aeroportos, tem demorado de quatro a cinco meses para
encaminhar sua defesa, o que é
incomum, de acordo com eles.
"Não é possível que, com base num indício, eles [a Infraero]
demorem cinco meses para
apresentar a defesa. O tribunal
define um prazo de 15, 20 dias,
mas eles não respeitam", afirmou Altourian.
Entre as irregularidades encontradas pelo TCU, estão:
projeto básico de má qualidade;
pré-qualificação restritiva nos
editais de licitação, retirada de
serviços do contrato que foram
exigidos na pré-qualificação, licitação tipo técnica e preço que
despreza descontos, alteração
de critérios de pontuação para
cada aeroporto, contratação da
mesma empresa que fez o projeto básico para fazer o projeto
executivo, ausência de punição
às empresas pela não-execução
de serviços, entre outros.
Afastamento
O relator da CPI, senador Demóstenes Torres (DEM-GO),
voltou a cobrar ontem da Infraero que afaste os funcionários envolvidos em irregularidades até que as investigações
sejam concluídas.
"A empresa tem que ser saneada. A senhora Eleuza é acusada de participar de todas as
irregularidades e ela não tem
como dizer que não sabia do
que estava acontecendo", afirmou Torres.
Na volta do recesso, em agosto, a CPI deve aprovar requerimento que pede a quebra dos
sigilos bancário, fiscal e telefônico de Teresinha.
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