São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 2008

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Fernanda Montenegro dá voz a versão de Capitu nos 111 anos da ABL, no Rio

LEANDRO FORTINO
DA SUCURSAL DO RIO

No ano do centenário da morte de Machado de Assis, Capitu finalmente pôde contar sua versão da história em alto e bom tom. E na voz de Fernanda Montenegro, que fez ontem, no aniversário de 111 anos da Academia Brasileira de Letras, leitura de "Capitu, Memórias Póstumas", de Domício Proença Filho.
O texto dramatizado foi adaptado pelo acadêmico, com a ajuda da atriz, especialmente para o evento, intitulado "Fernanda Montenegro É Capitu" e realizado no teatro da ABL, no Rio. Cerca de 280 pessoas assistiram à leitura.
Narrada apenas pela perspectiva subjetiva de seu marido, Bentinho, que a acusa de adultério, Capitu nunca teve a chance de dar o seu depoimento sobre o triângulo amoroso (completado por Escobar, grande amigo de Bentinho) que é o centro da obra "Dom Casmurro", de 1899.
Mas, há nove anos, Proença Filho resolveu celebrar os cem anos do lançamento dessa obra-prima fazendo o que Machado de Assis nunca fez: justiça. E, nas 288 páginas do livro, Capitolina conquistou a oportunidade de se defender.
"Como ela não tem muito direito nem espaço na obra do Machado, o Domício deu voz a ela, deu espaço suficiente para ela se apresentar. Por isso eu pude fazer. Se fosse a leitura da obra do Machado, teria que ter um ator fazendo o Bentinho", afirmou a atriz.
Fernanda interpretou o texto usando a cadeira e a mesa que pertenceram a Machado, em exposição na ABL. "Ela é milagrosa. Conhece o poder encantatório das palavras. É realmente gratificador e consagrador você ter um texto seu lido por Fernanda", elogiou Domício.


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