São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 2008

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USP vai à Justiça cobrar prejuízos por invasão

RAFAEL SAMPAIO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A USP entrou na Justiça para cobrar R$ 345,1 mil de indenização do DCE (Diretório Central dos Estudantes) e do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) pelos prejuízos causados com a invasão da reitoria, ocorrida há um ano -entre maio e junho de 2007.
Segundo a reitoria da universidade, vários equipamentos foram danificados ou sumiram. "As entidades que estavam à frente da ocupação são responsáveis pelos prejuízos", afirma o órgão, em nota oficial. Funcionários e estudantes invadiram a reitoria em protesto contra decretos do governo que, segundo eles, feriam a autonomia universitária. Os decretos acabaram sendo revogados.
A reportagem consultou o processo movido pela USP -que tem oito volumes. Só a reforma de infra-estrutura (parte elétrica, hidráulica e pintura) do prédio da reitoria foi orçada em R$ 86,3 mil, segundo documento da Coesf (Coordenadoria de Espaço Físico da USP).
Reparos nas salas da pró-reitoria de graduação e reposição de materiais custaram R$ 10,7 mil à universidade. Dez computadores foram danificados ou furtados neste órgão, segundo planilha anexa ao processo.
Segundo a reitoria, o processo é de natureza civil e não criminal. "O valor da indenização corresponde ao que foi pago com reforma estrutural e bens materiais danificados ou retirados da reitoria e não inclui gastos com paralisação de funcionários", afirma o assessor de imprensa da USP, Walter Lima.
Na ação, constam ainda gastos de R$ 2.752,42 relacionados a telefonemas feitos pelos estudantes de dentro da reitoria durante a invasão.
O diretor do Sintusp, Aníbal Cavali, considera a ação uma forma de a reitoria perseguir politicamente as entidades. "Nada havia sumido enquanto estávamos no prédio", disse.
O diretório acadêmico admite ser necessária uma indenização pelo protesto, mas considera alto demais o valor de R$ 345,1 mil. "Não acho que o prejuízo com a ocupação chegou a isso", diz o estudante de filosofia Vinícius de Castro Soares, diretor do DCE.


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