São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 2008

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Promotoria apura alerta dado por chefe do Demacro

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público Estadual e a PRF (Polícia Rodoviária Federal) tentam descobrir desde abril o motivo de o delegado Elson Sayão, chefe do Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Macro SP), ter alertado seu então subordinado Carlos José Ramos da Silva, o delegado Casé, sobre a apreensão de um lote de 200 carteiras de habilitação emitidas em Ferraz de Vasconcelos.
Casé, preso ontem sob acusação de participar do esquema de falsificação de CNHs, chefiava a Polícia Civil na região de Ferraz.
O departamento chefiado por Sayão cuida da corporação em 38 dos 39 municípios que formam, ao lado da capital, a Grande São Paulo.
Sayão é ligado diretamente ao delegado-geral da Polícia Civil , Maurício José Lemos Freire. Questionado pela Folha, Freire não quis falar sobre o aviso dado por Sayão.
O alerta foi dado em 22 de abril, em uma das conversas de Casé gravadas com autorização judicial. Somente sete dias depois a Corregedoria do Detran-SP foi à Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) de Ferraz, mas, segundo a Promotoria, nada foi feito contra o esquema.
Os grampos telefônicos da Operação Carta Branca indicam que até os corregedores teriam cobrado propina para não agir. As conversas envolveram donos de auto-escolas e um funcionário da Ciretran de Ferraz.
Nas gravações, eles falam em arrumar dinheiro vivo (R$ 10 mil por auto-escola) "porque a corregedoria veio para fritar, mas que uma boa conversa resolveria".
Um dos policiais que teve a prisão temporária decretada ontem é Elcio Kinjo de Aquino. Entre fevereiro e junho deste ano, ele foi da Corregedoria do Detran-SP. (AC)


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