São Paulo, domingo, 18 de julho de 2010

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"Só continuo viva porque as presas me respeitam"

Tenho 77 anos e não tenho ideia de quando vou embora. Se fosse cumprir a pena inteira, sairia com mais de 80, mas tenho fé nos meus santinhos de que vou provar minha inocência. Da outra vez em que fui presa, eu guardava a mercadoria de um traficante, mas desta vez eu não fiz nada. Tenho CNPJ do meu barzinho, carteirinha de comerciante. Acha que eu ia fazer vergonha para os meus netos? Fico na cela e uso remédio com morfina para aguentar a dor da cirurgia no pâncreas. Só continuo viva porque as presas me respeitam, me chamam de "vozinha".

Laura (nome fictício), 77, presa por tráfico, pena de 6 anos


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