São Paulo, domingo, 18 de agosto de 2002

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Técnica trata retração da gengiva

DA REPORTAGEM LOCAL

O PRP também está sendo utilizado em casos de retração gengival, provocada por doenças periodontais ou por escovação traumática. Além do problema estético (dentes ficam excessivamente alongados), a pessoa fica sensível a alimentos frios, quentes, doces, entre outros.
A periodontista Idelana Luz Lopes, professora da Sobrap (Sociedade Brasileira de Periodontia), diz que o gel de PRP é colocado na região da gengiva, e a recuperação ocorre em cinco semanas.
O médico hematologista Nelson Tatsui, 35, do Hospital das Clínicas de São Paulo, afirma ser fundamental que os profissionais que lidam com o PRP tenham algumas preocupações.
A primeira é com a qualidade do plasma, que precisa estar com alta concentração de plaquetas. Quanto maior o número desses corpúsculos, diz Tatsui, maior é a chance de sucesso da cirurgia.
Nessa questão, a qualidade técnica do equipamento, associada ao método utilizado pelo operador, é importante. Numa centrífuga simples, por exemplo, são obtidas em torno de 600 mil plaquetas por milímetro cúbico. Uma outra máquina, que utiliza o método aférese, produz 1,5 milhão por milímetro cúbico.
A segunda preocupação é com a manipulação sanguínea. Qualquer tipo de contaminação pode acabar com a regeneração tecidual. Tatsui chama a atenção ainda para a qualidade dos ingredientes utilizados no PRP.
Ele cita o exemplo da trombina bovina, uma enzima que provoca a coagulação do sangue e que ajuda as plaquetas a liberarem os fatores de crescimento, mas, por não ser do próprio paciente, o uso deve ser controlado. A trombina pode provocar uma reação alérgica e levar a uma alteração da coagulação do paciente.
Segundo o implantologista Nilton De Bortoli Júnior, não há evidências de que o uso da trombina bovina seja contra-indicada na obtenção de PRP. Ele afirma que a vantagem do uso da enzima é que ela possibilita a liberação dos fatores de crescimento no momento oportuno da cirurgia.
Já a ativação por calor, diz ele, é um método empírico, que pode levar à perda de grande quantidade de plaquetas. Tatsui discorda. O calor, afirma ele, é controlado a 37C, temperatura que não destrói as células sanguíneas e que pode obter uma reação química mais acelerada.



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