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Fundação diz que não há risco na polpa industrializada
Açaí consumido em outros Estados passa por pasteurização, afirma a Funed
Surtos de doença de Chagas ocorrem apenas em regiões onde o processamento da fruta é artesanal, diz também o Sindfrutas
DA AGÊNCIA FOLHA
O açaí que é consumido em
boa parte do Brasil não corre o
risco de estar contaminado. É o
que afirma a Funed (Fundação
Ezequiel Dias), referência nacional no diagnóstico de doença de Chagas.
"O que é consumido [fora do
Norte e Nordeste] é a polpa industrializada, que sofre o processo de pasteurização", diz a
chefe do serviço de doenças parasitárias da fundação, Eliana
Furtado Moreira.
No processo de pasteurização, a polpa do açaí é aquecida
durante alguns segundos a
temperaturas entre 80C e
90C, e depois é imediatamente resfriada. Esse processo elimina o agente causador da
doença de Chagas.
Além disso, a polpa vendida é
congelada, o que elimina a possibilidade de o protozoário
Trypanosoma cruzi estar presente na fruta.
O Pará é o principal produtor
da fruta no país. Além de abastecer o mercado interno, exporta parte da produção.
Sem risco
"No nordeste do Pará, na bacia do [rio] Marajó e na região
Guajarina, o açaí é um alimento
mais consumido que o feijão
com arroz. Há também a importância econômica que ele
rende para a economia do Estado, que produz algo em torno
de 150 a 250 mil toneladas do
produto para exportação", diz o
médico Aldo Valente.
A presidente do Sindfrutas
(Sindicato das Indústrias de
Frutas e Derivados do Estado
Pará), Ana Clara Boralli, diz
que há todo um cuidado no manejo do açaí e, por isso, o risco
de obter uma doença é "zero".
"Todas as empresas congelam o produto. Ele entra na câmara, onde a temperatura passa de -30C. Isso sem contar
antes com a pasteurização e a
higienização", afirma.
"Esses surtos só ocorrem em
regiões onde o processamento
é artesanal, onde há os "maquineiros" ou "batedores", que não
têm procedimento rigoroso.
Eles usam a fruta de qualquer
jeito, não usam água tratada."
(THIAGO REIS)
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