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Em TO, 22 cidades têm médico sem registro
Segundo o CRM, dos 26 profissionais irregulares encontrados pela fiscalização, pelo menos seis são cubanos
FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma fiscalização feita pelo
CRM (Conselho Regional de
Medicina) do Tocantins encontrou médicos sem registro profissional atuando em quase metade das 48 cidades verificadas
no Estado. Vinte e seis pessoas
trabalhando sem licença como
médicos foram descobertas em
22 municípios. Pelo menos seis
deles são cubanos, diz o CRM.
Os demais eram brasileiros
formados em faculdades de
países latino-americanos que
não revalidaram o diploma no
país. A maioria atuava em postos de saúde. A fiscalização
também achou estudantes de
medicina trabalhando sem a
supervisão de profissionais e
dois enfermeiros desempenhando funções de médicos.
O CRM diz que não sabe se
eles continuam atuando nos
municípios. A direção do órgão
argumenta que não tem "poder
de polícia" para impedir a ação
de médicos sem registro.
Ontem, integrantes do CRM
protocolaram denúncia contra
os suspeitos no Ministério Público Federal, que vai avaliar os
casos. A Polícia Civil também
foi comunicada.
Latinos
Segundo o conselho, os médicos cubanos são remanescentes de um grupo do país que
atuou no Tocantins por meio
de um convênio com o governo
estadual. Em 2005, a Justiça
considerou o contrato ilegal.
Solimar da Silva, presidente
do CRM do Tocantins, diz que
bacharéis formados em medicina em Cuba, Argentina e Bolívia aceitam trabalhar no Estado por salários baixos e sem
contrato para prefeituras com
infra-estrutura precária.
"Eles chegam ao Brasil e não
conseguem revalidar o diploma. Aí vêm trabalhar no interior e são contratados por prefeitos ou desavisados ou mal-intencionados", diz Silva.
A direção do conselho pretende denunciar ao Tribunal de
Contas do Estado as prefeituras que contam com médicos
sem o registro.
A Folha procurou ontem
prefeituras que, segundo o
CRM, contrataram médicos
sem a licença profissional. Em
Guaraí, a Secretaria de Saúde
afirma que dispensou um médico de Cuba no ano passado. A
prefeitura de Campos Lindos
diz desconhecer a denúncia.
Na fiscalização, também foi
encontrado estudantes de medicina fazendo o estágio obrigatório de final de curso sem
supervisão. A direção da faculdade responsável, o Instituto
Tocantinense Presidente Antônio Carlos, diz que rompeu
os convênios com as prefeituras dos dois municípios.
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