São Paulo, sábado, 18 de agosto de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vizinhos do aeroporto são contra a criação de memorial e praça

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Moradores do entorno do antigo prédio da TAM Express não conseguem esquecer a tragédia e criticam a criação de um memorial no local do acidente -idéia da prefeitura que, segundo eles, só atrairá criminalidade. "Quem vai ficar numa praça onde morreu tanta gente, onde há tanta poluição e barulho de avião?", questiona Joana Alves, dona do restaurante ao lado dos escombros.
Ela atendia diariamente cerca de 20 funcionários do prédio da TAM Express. Agora o movimento caiu. "Nada voltará ao normal. A gente passa perto e fica triste, sabendo que tanta gente morreu ali", diz Joana -que participa de um abaixo-assinado dos moradores, contrários à criação do memorial. Cerca de 20 seguranças guardam o local 24 horas por dia. Eles dizem que toda noite algum parente tenta entrar nos escombros, com flores, para rezar. "Já tivemos de impedir gente de entrar à força. Para eles, deve ser como um cemitério", diz um deles.
Enquanto faz crochê na garagem, a dona-de-casa Vera Lúcia Rodrigues espia pela fresta do portão -mesmo local de onde viu a tragédia. "Não parece que faz um mês, passou tão rápido, como um susto", diz. "Antes o prédio escondia o avião. Agora dá para ver de longe, dá um aperto no coração", diz. Diferente de alguns de seus vizinhos, que tentam vender e alugar suas casas, ela reforma a sua. "Vender? Não adianta. A dor está na memória, eu sempre vou levar comigo." (WV)


Texto Anterior: Familiares protestam em Congonhas
Próximo Texto: Guia da Folha: Confira aqui as alterações na programação dos eventos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.