São Paulo, quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Filha de ministro do TSE assassinado em 2009 é presa

Adriana Villela é suspeita de obstruir as investigações do homicídio do pai, da mãe e de uma empregada

Outras quatro pessoas foram presas ontem sob a mesma acusação; advogados de defesa não foram localizados

DE BRASÍLIA

A polícia prendeu ontem a filha do ministro do Tribunal Superior Eleitoral José Guilherme Villela, assassinado com a mulher e a empregada em agosto do ano passado dentro do apartamento do casal, em Brasília.
Adriana Villela e mais quatro pessoas, também presas ontem, são suspeitas de obstruírem as investigações do triplo homicídio. As vítimas foram mortas a facadas.
Além de Adriana, a polícia prendeu uma ex-empregada, Guiomar Barbosa da Cunha, a vidente Rosa Maria Jaques, o marido dela, João de Oliveira, e o agente de polícia José Augusto Alves, braço direito da primeira delegada que investigou o caso.
Segundo o TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios), o principal elemento que embasou o pedido de prisão foi uma prova que a polícia alega ter sido "plantada" para incriminar dois suspeitos do assassinato, depois inocentados.
Trata-se da chave do apartamento dos Villela, que teria sido encontrada com os suspeitos e os ligaria aos crimes.
Perícia constatou, porém, que a chave era a mesma recolhida pela polícia no apartamento do casal, ou seja, não poderia ter sido levada pelos criminosos após o triplo homicídio. Após a constatação, a delegada Martha Vargas foi afastada do caso.
Agora, a polícia suspeita que os presos agiam de forma coordenada para atrapalhar as investigações. Segundo informações repassadas à Justiça, a vidente foi à delegacia espontaneamente para dizer que tinha a "missão" de colaborar e deu o nome das pessoas que estariam com a chave do local do crime.
Tanto a vidente quanto o marido dela foram acompanhados no depoimento por um advogado que é irmão do policial preso ontem
Apesar de a vidente ter dito não conhecer a filha do casal assassinado, a polícia concluiu que Rosa Maria havia se encontrado com Adriana Villela. As investigações indicam ainda que Adriana tinha conflitos financeiros com os pais, principalmente com a mãe, conforme apontariam duas cartas apreendidas no escritório do casal.
A Folha procurou a defesa de Adriana, mas até o fechamento da edição o advogado Rodrigo de Alencastro não ligara de volta. A reportagem não localizou os advogados dos outros presos.
José Guilherme Villela defendeu o ex-presidente Fernando Collor no processo de impeachment e advogou para personalidades políticas nos tribunais superiores.


Texto Anterior: Há 50 Anos
Próximo Texto: Foco: Desenho original da bandeira do Brasil é furtado no Rio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.