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DESARMAMENTO
Referendo que submeteria a aprovação da lei à população foi retirado de relatório; texto terá de ser votado no plenário
Comissão de deputados aprova estatuto
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de um acordo acertado
entre os líderes do governo e dos
partidos, a Comissão de Segurança Pública da Câmara aprovou
por 29 a 2 o substitutivo da deputada Laura Carneiro (PFL-RJ) ao
Estatuto do Desarmamento, projeto de lei que dispõe sobre o registro, porte e venda de armas,
aprovado no Senado em julho. O
texto ainda terá de ser votado no
plenário da Câmara.
Pelo projeto, passa a existir só o
porte de armas federal, hoje também concedido pelos Estados.
Caberá ao Sinarm (Sistema Nacional de Armas), instituído no
Ministério da Justiça, no âmbito
da Polícia Federal, cadastrar e
identificar armas de uso permitido (as que não são de uso exclusivo das Forças Armadas).
Mesmo com o acordo, três mudanças foram aprovadas. Proposta do deputado Luiz Antonio
Fleury (PTB-SP) -com 17votos a
favor e 15 contra- retirou do relatório o referendo, marcado para
outubro de 2005, que submeteria
a aprovação da nova lei à população. Pelas outras alterações, o
porte de armas permitidas deixou
de ser inafiançável, como previa a
relatora, e a idade mínima para
aquisição de armas volta a ser 25
anos, como previu o Senado
-Laura Carneiro queria 21 anos.
O substituto, porém, abre exceções para que oficiais de Justiça (a
critério do juiz), fiscais do Ibama,
seguranças privados e agentes penitenciários tenham o porte legal
no exercício da função, o que
atende aos interesses de secretários de Segurança, que julgavam o
projeto original "inexequível".
A concessão do porte às guardas
municipais, um dos pontos mais
polêmicos durante a discussão na
comissão, será estabelecido por
lei federal e, pelo acordo, foi retirado do substitutivo o inciso que
permitia às guardas de municípios com mais de 250 mil e menos
de 500 mil habitantes o uso de armas em serviço.
A Folha apurou entre os deputados da comissão que havia um
consenso para a não-aprovação
do relatório se não houvesse um
acordo que mudasse alguns pontos considerados "contraditórios"
e "ilusórios".
A relatora, Laura Carneiro, disse que os destaques não desfiguraram o seu substitutivo, mas que
sente uma "certa frustração" pela
rejeição do referendo. Para ela, essa questão poderá ser retomada
na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) ou em plenário.
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