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Lobão e mais 9 pessoas são denunciados
DA REPORTAGEM LOCAL
A Procuradoria da República
em São Paulo denunciou ontem à
Justiça Federal o homem apontado como o maior contrabandista
de cigarros do país, Roberto Eleutério da Silva, conhecido como
Lobão, e mais nove pessoas supostamente ligadas ao esquema.
O grupo é acusado de formação
de quadrilha, contrabando, falsificação de selo de impostos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Lobão e mais quatro pessoas,
entre elas o filho dele, Tomy Dias
Eleutério da Silva, estão presos.
O nome do empresário paraguaio Júlio Osvaldo Dominguez
Dibb, dono de fábricas de cigarro
no país vizinho e que chegou a
concorrer à prévia do Partido Colorado para definir o candidato a
presidente do Paraguai, também
foi incluído na denúncia.
Na investigação, a Procuradoria
descobriu que Lobão gastou cerca
de US$ 4 milhões em máquinas
para uma fábrica sua de cigarros
no Paraguai e usava "laranjas" à
frente de suas empresas.
"Para operar uma organização
desse porte, Silva criou, em torno
de seus negócios ilícitos, uma rede
de proteção que contava com policiais militares, que zelavam por
sua segurança e a de seus familiares e policiais civis que garantiam,
segundo uma pré-ajustada divisão territorial de áreas de influência e o pagamento de vantagens
mensais, o livre trânsito de seus
caminhões e a tranquilidade de
seus armazéns", escreveu o procurador da República Sílvio Luís
Martins de Oliveira.
Os nomes dos policiais civis e
militares não foram incluídos na
denúncia porque, segundo o procurador, eles serão investigados
pelo Ministério Público Estadual
e pelo Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais). Sobre policiais
federais que teriam ligações com
o esquema, disse Oliveira, eles
não foram identificados.
A denúncia é resultado de uma
investigação da Procuradoria da
República do Distrito Federal,
que captou cerca de 40 mil conversas ao longo de nove meses.
Ontem, a CPI da Pirataria aprovou a quebra de sigilos bancário,
telefônico e fiscal de quatro policiais civis presos na segunda.
Hoje, os deputados retornam à
capital paulista para ouvir cinco
policiais civis e um militar.
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