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São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2003

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Lobão e mais 9 pessoas são denunciados

DA REPORTAGEM LOCAL

A Procuradoria da República em São Paulo denunciou ontem à Justiça Federal o homem apontado como o maior contrabandista de cigarros do país, Roberto Eleutério da Silva, conhecido como Lobão, e mais nove pessoas supostamente ligadas ao esquema.
O grupo é acusado de formação de quadrilha, contrabando, falsificação de selo de impostos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Lobão e mais quatro pessoas, entre elas o filho dele, Tomy Dias Eleutério da Silva, estão presos.
O nome do empresário paraguaio Júlio Osvaldo Dominguez Dibb, dono de fábricas de cigarro no país vizinho e que chegou a concorrer à prévia do Partido Colorado para definir o candidato a presidente do Paraguai, também foi incluído na denúncia.
Na investigação, a Procuradoria descobriu que Lobão gastou cerca de US$ 4 milhões em máquinas para uma fábrica sua de cigarros no Paraguai e usava "laranjas" à frente de suas empresas.
"Para operar uma organização desse porte, Silva criou, em torno de seus negócios ilícitos, uma rede de proteção que contava com policiais militares, que zelavam por sua segurança e a de seus familiares e policiais civis que garantiam, segundo uma pré-ajustada divisão territorial de áreas de influência e o pagamento de vantagens mensais, o livre trânsito de seus caminhões e a tranquilidade de seus armazéns", escreveu o procurador da República Sílvio Luís Martins de Oliveira.
Os nomes dos policiais civis e militares não foram incluídos na denúncia porque, segundo o procurador, eles serão investigados pelo Ministério Público Estadual e pelo Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais). Sobre policiais federais que teriam ligações com o esquema, disse Oliveira, eles não foram identificados.
A denúncia é resultado de uma investigação da Procuradoria da República do Distrito Federal, que captou cerca de 40 mil conversas ao longo de nove meses.
Ontem, a CPI da Pirataria aprovou a quebra de sigilos bancário, telefônico e fiscal de quatro policiais civis presos na segunda.
Hoje, os deputados retornam à capital paulista para ouvir cinco policiais civis e um militar.


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