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CAMPINAS
Soro produzido pela empresa Tecnopharma e distribuído a hospitais estava contaminado; proprietários podem recorrer
Justiça condena laboratório por 8 mortes
DIOGO PINHEIRO
DA FOLHA CAMPINAS
Os três sócios-proprietários do
laboratório Tecnopharma Farmácia e Comércio de Produtos
Hospitalares Ltda., de Campinas,
foram condenados pela Justiça
por homicídio culposo (sem intenção de matar). Um soro distribuído pela empresa teria provocado a morte de oito pessoas, entre elas sete crianças, em 1997, em
três hospitais de Campinas.
A decisão, em primeira instância, foi dada no último dia 10 pelo
juiz-auxiliar da 2ª Vara Criminal
de Campinas, Rogério Dama
Chaib. A empresa pode recorrer.
Até a conclusão desta edição, o
advogado dos acusados não foi
encontrado para comentar o caso.
Cecília Amélia Fazzio Esconhela, Maria Tereza Ramia Curi e Flavio Picolo Salmim foram condenados a dois anos de prisão.
Como são réus primários, a pena foi revertida para o pagamento
de três salários mínimos, cada
um, pelo período de dois anos,
para um centro médico de Campinas que atende crianças.
Entre março e abril de 1997, oito
pessoas (sete recém-nascidos e
um homem de 52 anos) que estavam internadas no Caism (Centro
de Assistência Integral à Saúde da
Mulher), da Unicamp, na maternidade e no Centro Médico de
Campinas morreram de infecção
generalizada decorrente de contaminação sanguínea.
Segundo a sentença, as mortes
aconteceram após as vítimas receberem um preparado líquido conhecido como NPP (Nutrição Parenteral Prolongada), manipulado pela Tecnopharma. A matéria-prima era adquirida de empresas
farmacêuticas, mas a obrigação
de conferir a qualidade do insumo era da Tecnopharma, segundo a sentença.
Dois laudos do Instituto Adolfo
Lutz detectaram nos soros consumidos pelas vítimas a presença da
bactéria Enterobacter cloacae.
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