São Paulo, terça-feira, 18 de setembro de 2007

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Corregedoria abriu 5.381 investigações e expulsou 161

DA SUCURSAL DO RIO

A Corregedoria da Polícia Militar do Rio já instaurou neste ano mais de 5.000 procedimentos para investigar infrações cometidas por agentes do Estado. A corporação informou que 161 praças foram excluídos. Não foi informada a punição determinada a oficiais.
Até o dia 31 de julho, foram 5.381 apurações por parte da corregedoria, que abrange averiguações, inquéritos policiais militares e sindicâncias. As investigações renderam neste ano 5.080 punições (as apurações, entretanto, podem ter iniciado em anos anteriores).
Para o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, o baixo salário dos policiais não é motivo para o envolvimento com o tráfico. "Salário não compra dignidade", afirmou.
"Infelizmente temos o envolvimento de servidores com o crime, seja na Polícia Civil, seja na Militar. Se nós quisermos oferecer segurança pública à sociedade, é imprescindível que se faça esse tipo de trabalho", disse o secretário.
Ele afirmou que a Força Nacional de Segurança pode ser acionada para reforçar o policiamento em Duque de Caxias. Quase 10% do efetivo do 15º Batalhão da PM, responsável pela patrulha no município, foi preso ontem pela Polícia Civil sob acusação de envolvimento com o tráfico. A unidade tem 617 PMs, informou o chefe do Estado-Maior da corporação, coronel Samuel Dionísio.
"Sem dúvida nenhuma [a prisão dos PMs] vai trazer problemas. Vamos fazer remanejamentos. É um problema que temos que resolver rapidamente", disse Beltrame. Até quarta, deve estar decidido o reforço ao policiamento na região.
Os sete policiais que ainda não haviam sido presos até a conclusão desta edição têm nove dias para se apresentar. Caso não o façam, podem ser expulsos da corporação sob acusação de deserção. Todos ficarão presos no Batalhão Especial Prisional, em Benfica.
Não é a primeira vez que o 15º BPM abriga policiais envolvidos com atividades criminosas. Dez policiais da unidade foram acusados de decapitar um homem e lançar o crânio da vítima para dentro do quartel.
O crime teria sido uma represália ao comando do batalhão que apurava a participação de policiais da unidade na chacina da Baixada, que matou 30 pessoas em 2005. (ITALO NOGUEIRA)


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