São Paulo, terça-feira, 18 de setembro de 2007

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Com ranhuras, Congonhas já pode funcionar com chuva

Após a conclusão do "grooving" na pista principal, aeroporto volta a operar sem restrições pela 1ª vez desde o acidente da TAM

Redução das pistas determinada pela Defesa trará aumento de custo em vôos, mas empresas afirmam que impacto será pequeno

WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O aeroporto de Congonhas, em São Paulo, voltou a operar sem restrições, mesmo em caso de chuva. É a primeira vez que isso acontece desde 17 de julho, data do acidente com o vôo 3054 da TAM, o pior da aviação brasileira, com 199 mortos.
Desde sábado, quando a Aeronáutica emitiu um Notam (notificação aos pilotos), a pista principal já não sofre mais as restrições do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), que desde o acidente previa o seu fechamento quando estivesse molhada. A condição para a liberação era a conclusão do "grooving" (ranhuras que ajudam no escoamento da água) -que, segundo a Infraero, ficou pronto no sábado, mesmo dia da "redução" das pistas.
Determinação do Ministério da Defesa levou à diminuição das pistas principal e auxiliar em 300 e 240 metros, respectivamente, com a intenção de criar áreas de escape. A principal, antes com 1940 metros, agora tem 1640; e a auxiliar, antes com 1.435, tem 1.195.
Segundo a Infraero, não houve impacto nos vôos. Até as 17h de ontem, 8 dos 192 tiveram atrasos superiores a uma hora.

Custos
Com as pistas mais curtas, os aviões terão de operar mais leves, para que consigam pousar em segurança. Ou seja, aeronaves maiores, como Airbus ou Boeing, usadas por TAM e Gol, voarão com menos passageiros ou menos combustível-, o que trará custos para as empresas.
Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), caberá às empresas decidir com qual cenários trabalhar: absorver os gastos com a redução, repassá-los ao preço das passagens ou mudar o tipo de aeronave.
A TAM informou que 2% de seus vôos em Congonhas serão afetados pela redução. A saída será reduzir passageiros e combustível -um ou outro, dependendo da rota. A empresa informou que não aumentará o valor das passagens.
A Gol afirmou que o impacto nos vôos será mínimo, mas não deu informações sobre como os custos serão absorvidos.
"A receita vai ser menor para todas as empresas", afirma Ronaldo Jenkins, assessor de segurança de vôo do Snea, o sindicato das empresas. "Mas, se haverá prejuízo para o resultado dos vôos, só o tempo dirá."


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