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Com ranhuras, Congonhas já pode funcionar com chuva
Após a conclusão do "grooving" na pista principal, aeroporto volta
a operar sem restrições pela 1ª vez desde o acidente da TAM
Redução das pistas
determinada pela Defesa
trará aumento de custo em
vôos, mas empresas afirmam
que impacto será pequeno
WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O aeroporto de Congonhas,
em São Paulo, voltou a operar
sem restrições, mesmo em caso
de chuva. É a primeira vez que
isso acontece desde 17 de julho,
data do acidente com o vôo
3054 da TAM, o pior da aviação
brasileira, com 199 mortos.
Desde sábado, quando a Aeronáutica emitiu um Notam
(notificação aos pilotos), a pista
principal já não sofre mais as
restrições do Cenipa (Centro
de Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos), que
desde o acidente previa o seu
fechamento quando estivesse
molhada. A condição para a liberação era a conclusão do
"grooving" (ranhuras que ajudam no escoamento da água)
-que, segundo a Infraero, ficou
pronto no sábado, mesmo dia
da "redução" das pistas.
Determinação do Ministério
da Defesa levou à diminuição
das pistas principal e auxiliar
em 300 e 240 metros, respectivamente, com a intenção de
criar áreas de escape. A principal, antes com 1940 metros,
agora tem 1640; e a auxiliar, antes com 1.435, tem 1.195.
Segundo a Infraero, não houve impacto nos vôos. Até as 17h
de ontem, 8 dos 192 tiveram
atrasos superiores a uma hora.
Custos
Com as pistas mais curtas, os
aviões terão de operar mais leves, para que consigam pousar
em segurança. Ou seja, aeronaves maiores, como Airbus ou
Boeing, usadas por TAM e Gol,
voarão com menos passageiros
ou menos combustível-, o que
trará custos para as empresas.
Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), caberá
às empresas decidir com qual
cenários trabalhar: absorver os
gastos com a redução, repassá-los ao preço das passagens ou
mudar o tipo de aeronave.
A TAM informou que 2% de
seus vôos em Congonhas serão
afetados pela redução. A saída
será reduzir passageiros e combustível -um ou outro, dependendo da rota. A empresa informou que não aumentará o valor
das passagens.
A Gol afirmou que o impacto
nos vôos será mínimo, mas não
deu informações sobre como os
custos serão absorvidos.
"A receita vai ser menor para
todas as empresas", afirma Ronaldo Jenkins, assessor de segurança de vôo do Snea, o sindicato das empresas. "Mas, se haverá prejuízo para o resultado
dos vôos, só o tempo dirá."
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