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Grevistas aproveitam momento eleitoral, diz secretário de Serra
Para Sidney Beraldo (Gestão Pública), eleição deixa o governo frágil para tomar medidas mais duras contra os policiais civis
Ele reafirma que negociações estão suspensas enquanto durar paralisação; entidades negam viés eleitoral e prometem manter greve
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário de Gestão Pública, Sidney Beraldo, interlocutor do governo Serra (PSDB)
com as entidades policiais, disse ontem acreditar que o movimento foi desencadeado nas últimas semanas a reboque da
campanha eleitoral -momento em que, segundo ele, o Estado ficaria politicamente fragilizado para tomar medidas mais
duras contra a categoria e estaria mais disposto a negociar.
"Estamos em período eleitoral e isso pesa", disse o secretário. Ele descartou a ligação das
entidades com candidatos ou
partidos políticos, mas vinculou o movimento grevista à sucessão de poder nas entidades
de classe dos delegados.
Beraldo voltou a dizer que as
negociações estão suspensas
enquanto a greve continuar.
Greve e eleição
Representantes da associação e do sindicato dos delegados de polícia do Estado negam
que o movimento esteja se
aproveitando do período eleitoral. "A greve não está relacionada à eleição. Em nenhum
momento mencionamos o nome do governador ou o partido
dele nesse movimento", disse
José Martins Leal, da associação dos delegados.
Sérgio Marcos Roque, do sindicato dos delegados, disse ainda que a greve não tem ligação
com a eleição da entidade, que
só ocorre em 2010.
Também participam ativamente do comando de greve a
associação e o sindicato dos investigadores e dos escrivães.
Todas as entidades dizem
ainda não ter vínculos com partidos políticos ou centrais sindicais. Martins Leal e Roque
disseram ainda que, apesar das
ameaças de punições do governo, a greve continua.
Embora negue que o governo
esteja perdendo a batalha de
comunicação para as entidades, Beraldo diz que as propostas do Estado não vêm chegando à base da categoria. "O papel
[da mídia] é fazer chegar as propostas para toda a categoria,
pois as entidades não têm passado a todas as categorias o que
propomos", disse.
O secretário voltou a atacar
as reivindicações apresentadas
pelos policiais civis, como a da
eleição direta para delegado-geral de polícia. "Falta bom
senso às entidades. Essas questões colocadas na mesa só contribuíram para dificultar ainda
mais."
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO e LUIS KAWAGUTI)
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