São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2008

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Grevistas aproveitam momento eleitoral, diz secretário de Serra

Para Sidney Beraldo (Gestão Pública), eleição deixa o governo frágil para tomar medidas mais duras contra os policiais civis

Ele reafirma que negociações estão suspensas enquanto durar paralisação; entidades negam viés eleitoral e prometem manter greve

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário de Gestão Pública, Sidney Beraldo, interlocutor do governo Serra (PSDB) com as entidades policiais, disse ontem acreditar que o movimento foi desencadeado nas últimas semanas a reboque da campanha eleitoral -momento em que, segundo ele, o Estado ficaria politicamente fragilizado para tomar medidas mais duras contra a categoria e estaria mais disposto a negociar.
"Estamos em período eleitoral e isso pesa", disse o secretário. Ele descartou a ligação das entidades com candidatos ou partidos políticos, mas vinculou o movimento grevista à sucessão de poder nas entidades de classe dos delegados.
Beraldo voltou a dizer que as negociações estão suspensas enquanto a greve continuar.

Greve e eleição
Representantes da associação e do sindicato dos delegados de polícia do Estado negam que o movimento esteja se aproveitando do período eleitoral. "A greve não está relacionada à eleição. Em nenhum momento mencionamos o nome do governador ou o partido dele nesse movimento", disse José Martins Leal, da associação dos delegados.
Sérgio Marcos Roque, do sindicato dos delegados, disse ainda que a greve não tem ligação com a eleição da entidade, que só ocorre em 2010.
Também participam ativamente do comando de greve a associação e o sindicato dos investigadores e dos escrivães.
Todas as entidades dizem ainda não ter vínculos com partidos políticos ou centrais sindicais. Martins Leal e Roque disseram ainda que, apesar das ameaças de punições do governo, a greve continua.
Embora negue que o governo esteja perdendo a batalha de comunicação para as entidades, Beraldo diz que as propostas do Estado não vêm chegando à base da categoria. "O papel [da mídia] é fazer chegar as propostas para toda a categoria, pois as entidades não têm passado a todas as categorias o que propomos", disse.
O secretário voltou a atacar as reivindicações apresentadas pelos policiais civis, como a da eleição direta para delegado-geral de polícia. "Falta bom senso às entidades. Essas questões colocadas na mesa só contribuíram para dificultar ainda mais." (JOSÉ ERNESTO CREDENDIO e LUIS KAWAGUTI)


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