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PF apreende 300 t de contrabando em Guarulhos
As mercadorias foram capturadas em colaboração com a Receita Federal e são avaliadas em R$ 5 milhões
Destino dos produtos era a
rua 25 de Março, no centro;
a carga chegava ao país
pelo
porto de Santos e seguia
para Guarulhos
BRUNO RIBEIRO
DO "AGORA"
Cerca de 300 toneladas de
produtos contrabandeados,
avaliados em R$ 5 milhões, foram apreendidos anteontem
pela Polícia Federal e pela Receita Federal em um depósito
em Guarulhos, na Grande São
Paulo. Um homem, identificado pela polícia apenas como
J.N., foi preso em flagrante e é o
dono da mercadoria, de acordo
com a PF.
A polícia não justificou por
que não divulgou o nome completo do homem e afirmou que
ele é conhecido pelas iniciais.
J.N. é um dos principais contrabandistas do Estado, segundo a polícia, e abastecia principalmente a região da rua 25 de
Março, no centro de São Paulo.
O contrabando ocorria por
vias legais: a carga chegava ao
Brasil pelo porto de Santos e seguia para Guarulhos de caminhão. A fraude estava na emissão das notas. Para driblar os
impostos, eram declarados nas
guias de importação pesos inferiores do que realmente havia
nos contêineres, o que gerava
notas fiscais mais baratas.
"A diferença entre o peso na
nota e o que realmente era importado chegava a 60%", diz o
delegado José Alberto Iegas, da
Delegacia de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal. Ainda não há estimativa
do valor sonegado.
A carga é composta de enfeites de Natal e brinquedos -que
tinham selos de qualidade do
Inmetro (Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial), cuja suspeita é de que sejam falsos.
"Canal verde"
O delegado da Receita Federal Fábio Eduardo Boschi afirmou que o contrabando era
fiscalizado no porto por amostragem, por isso a possibilidade
de entrar no país sonegando
impostos.
Boschi descarta a participação de fiscais da aduana no desvio de impostos, mas não soube
explicar como J.N. sempre caía
no "canal verde" da fiscalização, que isenta a contagem física dos produtos.
A mercadoria ficou apreendida pela Receita Federal, que
ainda vai avaliar o destino dos
produtos. Eles podem ser destruídos, doados a instituições
de caridade ou leiloados, no caso de não fazerem mal à saúde
das crianças.
Compradores
Pelo tipo de mercadoria, os
delegados acreditam que as caixas iriam abastecer lojistas e
camelôs para as vendas do Dia
da Criança e do Natal. "É tudo
muito recente. Mas vamos analisar a documentação apreendida para chegar até os compradores desses produtos", disse o
delegado Iegas, da PF.
Outras duas pessoas, sócias
de J.N., também foram indiciadas. O contrabandista está preso na sede da Polícia Federal,
na Lapa (zona oeste), mas pode
sair caso a Justiça estipule fiança, segundo o delegado Iegas.
Outras seis pessoas, que trabalhavam no depósito no momento do flagrante, prestaram
depoimento e foram liberadas.
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