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Exame indica que célula de bebê não pode salvar irmã
Casal conseguiu na Justiça que governo pagasse coleta para tratamento de filha mais velha
Médico diz que transplante com as células de recém-nascida seria arriscado e causaria efeitos colaterais em Júlia, vítima de leucemia
DO "AGORA"
Após conseguir que o governo pagasse a coleta e o armazenamento das células-tronco do
cordão umbilical da filha recém-nascida, o casal Verônica e
Ricardo Guilharduci, de São
José do Rio Preto, descobriu
ontem que o procedimento poderá não salvar a vida de sua outra filha, vítima de câncer.
As células-tronco coletadas
não são compatíveis com o organismo da filha mais velha do
casal, Júlia, 8, que tem leucemia e poderá precisar de transplante de medula caso o tratamento quimioterápico que vem
fazendo não dê resultado.
O caso ganhou notoriedade
depois que o casal entrou na
Justiça para fazer com que o
SUS (Sistema Único de Saúde)
pagasse a coleta das células-tronco -procedimento que
custa cerca de R$ 4.000, dinheiro que a família diz não ter.
O juiz Osni Assis Pereira, da Vara da Infância e da Juventude
de São José do Rio Preto (438
km de SP), concedeu uma liminar determinando que o SUS
arcasse com os custos.
Sara nasceu no dia 9 de setembro e as células do cordão
umbilical foram coletadas e encaminhadas para análise. Mãe e
bebê já estão em casa.
"Infelizmente as células-tronco não são compatíveis.
Achamos diferenças em quatro
grupos analisados para determinar a probabilidade de compatibilidade", disse o médico
hematologista Nelson Tatsui,
responsável técnico pela clínica Criogênesis, que recolheu o
material. Segundo o médico,
um transplante usando essas
células seria muito arriscado e
causaria efeitos colaterais. "Pode representar um risco muito
grande à paciente."
Júlia ainda está em tratamento e a cura por meio de quimioterapia não está descartada. Caso isso não aconteça, a família terá de recomeçar a busca
por um doador compatível.
A reportagem não conseguiu
localizar a família Guilharduci
ontem. O médico Nelson Tatsui deu a notícia a Verônica.
"Essa mãe lutou muito por isso,
eles ficaram muito abalados.
Todos lamentamos, estávamos
torcendo muito."
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