São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2008

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Exame indica que célula de bebê não pode salvar irmã

Casal conseguiu na Justiça que governo pagasse coleta para tratamento de filha mais velha

Médico diz que transplante com as células de recém-nascida seria arriscado e causaria efeitos colaterais em Júlia, vítima de leucemia

DO "AGORA"

Após conseguir que o governo pagasse a coleta e o armazenamento das células-tronco do cordão umbilical da filha recém-nascida, o casal Verônica e Ricardo Guilharduci, de São José do Rio Preto, descobriu ontem que o procedimento poderá não salvar a vida de sua outra filha, vítima de câncer.
As células-tronco coletadas não são compatíveis com o organismo da filha mais velha do casal, Júlia, 8, que tem leucemia e poderá precisar de transplante de medula caso o tratamento quimioterápico que vem fazendo não dê resultado.
O caso ganhou notoriedade depois que o casal entrou na Justiça para fazer com que o SUS (Sistema Único de Saúde) pagasse a coleta das células-tronco -procedimento que custa cerca de R$ 4.000, dinheiro que a família diz não ter. O juiz Osni Assis Pereira, da Vara da Infância e da Juventude de São José do Rio Preto (438 km de SP), concedeu uma liminar determinando que o SUS arcasse com os custos.
Sara nasceu no dia 9 de setembro e as células do cordão umbilical foram coletadas e encaminhadas para análise. Mãe e bebê já estão em casa.
"Infelizmente as células-tronco não são compatíveis. Achamos diferenças em quatro grupos analisados para determinar a probabilidade de compatibilidade", disse o médico hematologista Nelson Tatsui, responsável técnico pela clínica Criogênesis, que recolheu o material. Segundo o médico, um transplante usando essas células seria muito arriscado e causaria efeitos colaterais. "Pode representar um risco muito grande à paciente."
Júlia ainda está em tratamento e a cura por meio de quimioterapia não está descartada. Caso isso não aconteça, a família terá de recomeçar a busca por um doador compatível.
A reportagem não conseguiu localizar a família Guilharduci ontem. O médico Nelson Tatsui deu a notícia a Verônica. "Essa mãe lutou muito por isso, eles ficaram muito abalados. Todos lamentamos, estávamos torcendo muito."


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