São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2008

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entrevista

Para delegada, há "esperança na humanidade"

DA AGÊNCIA FOLHA

A delegada Claudia Crusius, que investiga o caso do homem que devolveu um carro furtado com um menino dentro, em Passo Fundo (RS), disse que não pretende pedir a prisão do ladrão. Afirmou que o homem teve "bom senso" e que sua atitude a levou a manter a "esperança na humanidade".

 

FOLHA - A sra. sabe dizer quanto tempo o bandido levou para perceber que havia uma criança no carro?
CLAUDIA CRUSIUS
- Pelos horários das ocorrências, 15 minutos. Ele percorreu uma distância razoável. O local de onde [o carro] foi levado é bem no centro [de Passo Fundo], e foi recuperado em uma vila.

FOLHA - A criança não percebeu que tinha sido levada?
CRUSIUS
- Fui informada que ela dormia o tempo todo.

FOLHA - O ladrão demonstrou indignação com o possível abandono?
CRUSIUS
- Ouvi dizer que o tom era de indignação. É por isso que não se pode perder a esperança na humanidade.

FOLHA - Isso "alivia" o ladrão, caso ele seja identificado?
CRUSIUS
- Ele saiu de casa com um ânimo errado e acabou tendo um bom senso que os pais não tiveram. Ele, entre aspas, "perdeu o trabalho dele", que era o veículo furtado, para poder proteger essa criança. Se fosse uma pessoa de má índole, poderia dizer "azar, o problema não é meu, quero ficar com o carro", e poderia jogar a criança no chão. Basta lembrar o caso do Rio [quando o menino João Hélio ficou preso ao cinto de segurança de um carro roubado e morreu arrastado]. Se identificarmos quem praticou o furto, não pretendo pedir sua prisão.

FOLHA - Os pais já tinham avisado a polícia após o furto?
CRUSIUS
- Eles não sabiam. Quando a Brigada [Militar] recebeu a ligação, o rapaz disse onde tinha furtado o carro. Então a Brigada foi até lá e perguntou pelos donos do carro. Só então souberam do caso. (MP)


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