São Paulo, domingo, 18 de setembro de 2011

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ANÁLISE

Custo da falta de investimento em políticas de proteção à família é alto

ISA MARIA FERREIRA DA ROSA GUARÁ
ESPECIAL PARA A FOLHA

O caso das crianças que assaltavam na Vila Mariana seguiu o fluxo legal indicado pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente): crianças devem receber medida protetiva que começa com a tentativa de retorno à família.
A polícia encaminhou o caso ao Conselho Tutelar, mas o grupo respondeu agressivamente ao atendimento. Suas famílias dizem ter dificuldades de impor limites.
Pesquisas sobre esse tipo de população evidenciam histórias marcadas por episódios de violência, negligência e sofrimento.
O acolhimento em abrigos é uma alternativa temporária para os casos de rompimento ou fragilização dos laços familiares. É um programa de proteção, não uma prisão.
Mas o que acontece com as crianças que não ficam em abrigos? Voltam para a rua, aos delitos, apreensão policial, encaminhamento ao Conselho, convocação familiar.
O caso em questão nos ensina que o custo da falta de investimento em políticas de proteção da família e da criança é alto.
Para receber e cuidar de crianças com o perfil das que assaltavam na zona sul de SP, abrigos precisarão de apoio complementar. Apenas transferir o problema para um lugar "milagroso", sem compromisso de outras áreas sociais, é uma ação inócua.

ISA MARIA FERREIRA DA ROSA GUARÁ é professora da Uniban e especialista no tema "adolescentes em conflito com a lei"



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