|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VIOLÊNCIA
Cantor diz em entrevista no 95º DP não ter assaltado PM, que o estaria acusando apenas para "aparecer"
Ex-Polegar se 'produz' e nega ser bandido
RODRIGO VERGARA
da Reportagem Local
Visivelmente nervoso, o cantor
Rafael Ilha Alves Pereira, 25,
ex-integrante do grupo musical
Polegar, confessou ontem o roubo
de R$ 1,00 e de um vale-transporte, na segunda-feira, crime pelo
qual foi preso em flagrante, em
São Paulo. Disse que fez isso por
ser viciado em drogas.
Foi a primeira vez que Rafael
mostrou seu rosto à imprensa,
desde sua prisão. A entrevista,
concedida no 95º DP (Heliópolis),
foi acompanhada por 58 pessoas,
entre repórteres, fotógrafos e cinegrafistas. Orientado pelo advogado Marlon Wander Machado, que
ficou o tempo todo a seu lado, Rafael não respondeu a perguntas,
apenas deu um depoimento.
Outro crime
"Estou aqui por ter cometido o
delito, o erro de, no desespero, na
ânsia de suprir a minha dependência, o meu vício, ter roubado R$
1,00 e um passe de ônibus."
O cantor, porém, negou ter cometido o outro crime de que foi
acusado anteontem. O PM Carlos
Calazans Pedreira o reconheceu
como sendo a pessoa que o assaltou, levando R$ 6.000 e um revólver, em 3 de setembro, na saída de
uma agência bancária.
Segundo o músico, a acusação é
uma tentativa de tirar proveito de
sua prisão.
"Daqui para frente vão aparecer
outros e outros fatos. Eu não duvido. Daqui para frente, eu vou ser o
maior bandido do Brasil. E estou
aqui para afirmar que esse fato é
mentiroso, é mais uma pessoa
querendo aparecer nesse buchicho."
Sobre essas declarações, o advogado do cantor disse que o policial
pode ter se enganado, mas não divulgou que argumentos tem para
defender o cantor do reconhecimento formal.
"Acho que o PM foi assaltado,
sim, mas não pelo Rafael. O reconhecimento de uma pessoa pública como o Rafael não tem tanto
peso. Qualquer um poderia reconhecê-lo hoje."
Machado disse que deve pedir à
Justiça novamente, hoje, a liberdade provisória de Rafael.
Cabelo curto
O cantor foi "produzido" especialmente para a entrevista. Em
vez das roupas velhas e dos chinelos com que apareceu outras vezes, em conversas informais com
repórteres, usava calça e camisa
sociais, de cor azul, e sapatos.
O cabelo desgrenhado e a barba
por fazer foram aparados, e Rafael
estava penteado. Voltou a lembrar
o garoto que tocou no grupo musical, há sete anos.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|