São Paulo, sexta, 18 de setembro de 1998

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ENERGIA
Artefato era semelhante ao desarmado na última segunda-feira e também estava sob torre de transmissão de Furnas
PF desarma nova bomba achada no Paraná

JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Pitanga

Peritos da Polícia Federal desarmaram ontem uma bomba com cinco quilos de uma emulsão (massa pastosa) explosiva encontrada sob uma torre de transmissão de Furnas em Pitanga (PR).
Na última segunda-feira, uma bomba de oito quilos com materiais semelhantes havia sido desativada em Nova Tebas, a 31 km de Pitanga.
Uma terceira bomba já havia explodido na linha 1 de Furnas no último domingo, provocando a queda de uma torre e o desligamento de 50% da energia gerada por Itaipu.
A bomba retirada ontem estava no sistema Rota Sul (de Foz do Iguaçu a Ibiúna, em SP) do circuito de corrente contínua de Furnas.
Os peritos da PF chegaram a Pitanga às 9h10 de ontem. Eles iniciaram a operação de desarme da bomba às 11h30 e o trabalho foi encerrado às 12h50.
Os peritos afirmaram que o trabalho foi demorado (em Nova Tebas o tempo gasto foi 45 minutos) em razão da posição em que se encontrava a bomba.
O perito Ageu Bezerra não quis dar detalhes à imprensa sobre o dispositivo de tempo (bomba-relógio) da nova bomba -ou seja, ele não informou se a bomba estava armada para explodir.
Como nas anteriores, o artefato estava colocado na base da torre, enterrada, mas a situação do terreno exigiu mais cuidados.
O trânsito na rodovia que liga o município de Manoel Ribas a Nova Tebas foi interrompido das 11h30 às 13h no local, distante dez quilômetros de Manoel Ribas.
A transmissão de energia pela Rota Sul estava desligada desde a noite de anteontem.
Segundo a direção de Furnas, a Rota Norte (também de Foz do Iguaçu a Ibiúna-SP) trabalhou com sobrecarga no período de desligamento da Rota Sul.

Agricultor
A existência da bomba foi comunicada anteontem à Polícia Militar do Paraná pelo agricultor Adelino Roecker, proprietário do imóvel onde a torre está instalada.
Segundo seu filho, Joel, 21, a bomba estava no local havia mais de 15 dias.
Com as prováveis mesmas substâncias encontradas na bomba retirada em Nova Tebas, segundo a PF, a existência dessa nova bomba acabou atrasando o trabalho de análise dos materiais recolhidos na última segunda-feira.
Segundo a perita criminal federal Lys Locatelli, com a necessidade de a equipe se deslocar de Curitiba a Pitanga, as análises do mecanismo do dispositivo de tempo (bomba-relógio) e de impressões digitais programados para ontem foram adiados.



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