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PF admite falta debexperiência 'com fato novo'
da Agência Folha, em Ivaiporã
A Polícia Federal está sem rumo
nas investigações para se chegar
aos responsáveis pelos atentados a
bomba em torres de transmissão
de Furnas no Paraná.
O delegado Marco Antônio Ribeiro Coura, 30, designado para
acompanhar a equipe de peritos
que retirou uma bomba da torre
de transmissão em Pitanga (PR),
admitiu ontem falta de experiência da PF "para tratar com um fato novo, como as explosões".
Coura não soube explicar, no
entanto, as razões de a PF estar cometendo erros primários.
Ele alegou falta de pessoal para
os trabalhos de investigação junto
a moradores de cidades próximas
aos atentados, ou aos produtores
rurais proprietários de áreas com
torres de transmissão na região.
Luís Neuzer, delegado regional,
no entanto, afirmava ter uma
"grande equipe na área".
Desde domingo na região, a
Agência Folha só apurou a existência dos dois agentes da equipe
de apoio aos peritos.
"Temos uma equipe muito pequena com relação a explosivos. E
só dois agentes de apoio aos peritos ficaram na região", afirmou
Coura, contradizendo informação
de Neuzer.
Os dois agentes de apoio aos peritos passaram a maior parte do
tempo, desde domingo, em Novas
Tebas. Estavam hospedados em
Manoel Ribas e passavam pelo
menos quatro vezes por dia em
frente à propriedade de Adelino
Roecker (a 10 km de Ivaiporã),
que fica entre as duas cidades.
A torre onde estava a bomba fica
a 300 metros da casa da família e a
menos de 200 metros da rodovia
em que transitavam os federais.
Mais um agravante: a posição
geográfica do local era idêntica ao
do local de explosão de domingo,
privilegiando um fácil acesso para
entrar, instalar a bomba e sair do
local. "Eles talvez não tenham
desconfiado disso, mas tudo é em
consequência de ser um fato novo.
Nos EUA existem equipes enormes para isso", disse Coura.
Mas não foram cometidos erros
só nas investigações básicas. Anteontem, no Paraná, o delegado
regional Luís Neuzer afirmava que
uma camionete, encontrada abandonada próximo ao local da explosão, estava descartada como
pista. Em Brasília, ela era usada
pelo Ministério da Justiça como
uma das principais pistas da PF.
A camionete - furtada em Araruna (noroeste do PR)- foi encontrada através de investigações
da Polícia Militar de Nova Tebas.
O autor do furto, inclusive, está
preso desde o dia 2 de setembro.
Na última quarta-feira, a direção
de Furnas no Paraná confirmou
ter recebido uma ameaça anônima
de mais 12 bombas entre as cidades de São Miguel do Iguaçu e Foz
do Iguaçu. A PF, no entanto, negava a ameaça.
O telefonema anônimo aconteceu na tarde de terça-feira. Ao saber que a notícia havia sido confirmada através de Furnas, o diretor
substituto da Divisão da PF em
Foz, o delegado Eudes Carneiro,
se irritou. "Eles (Furnas) que falem sobre as investigações, já que
atrapalharam tudo."
(JM)
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