São Paulo, sexta, 18 de setembro de 1998

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Explosão cortaria 30% da energia

FERNANDO MENDONÇA
da Agência Folha, em Curitiba

O desligamento simultâneo de três linhas de transmissão de Furnas, em caso de explosões de bomba ou de reparos, reduziria a capacidade de transmissão da energia elétrica gerada em Itaipu a 4.000 MW, provocando cortes seletivos de energia em diversos locais.
Esta carga corresponde a cerca de 30% dos 12.600 MW da capacidade máxima de geração de Itaipu, nas quatro linhas, durante o horário de maior consumo, entre 18h e 20h.
A redução não significaria o risco de um blecaute geral, mas haveria a necessidade de cortes seletivos de fornecimento ao longo de todo o dia -e não apenas no pico- em quase todas as grandes cidades.
A estimativa foi feita ontem pelo engenheiro José Maurício Zaroni, 51, chefe de Produção de Furnas no Paraná.
Segundo Zaroni, uma linha pode suportar até 4.000 MW de transmissão de carga.
O consumo no horário de pico no Centro-Sul chega a 42 mil MW. Itaipu responde por quase um terço desse total, quando as quatro linhas estão ligadas.
Nas duas vezes em que torres de Furnas tombaram por causa de vendavais neste ano, a conclusão dos reparos não demorou mais do que uma semana.
"Naqueles acidentes, as torres estavam todas em um só lugar, as equipes não precisaram se deslocar. Acredito que agora seria diferente", disse o engenheiro.
O custo para o conserto de uma única torre, segundo Zaroni, gira em torno de R$ 150 mil.



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