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Maratona começa de madrugada
da Reportagem Local
Ana Lúcia Moreira acordou ontem às 3h30. Pegou sua filha Tatiane, 1, ainda dormindo e com tosse
forte. Com a criança no colo, se
dirigiu a um posto de gasolina perto de sua casa, na Praia Grande,
onde ficou esperando um carro da
prefeitura para vir a São Paulo.
Essa foi praticamente a mesma
rotina de Paula Araújo, 23, com
sua filha Alana, 2, e de Simone da
Conceição, 29, com a filha Juliane,
8, que vieram de Taubaté e Mairinque. Todas esperaram mais de
10 meses para fazer o teste para
conseguir pensão.
A única que estava acompanhada do suposto pai era Paula. "Tivemos uma história há dois anos,
mas quero ter certeza de que sou o
pai. Aí sim, faremos um acordo",
afirma Fabrício Martins Filho, 21.
Paula torce para isso. Ela também quer que ele cuide da menina
de vez em quando. "Quero ser comissária de bordo e vou precisar
de gente para cuidar dela."
Ana Lúcia não quer atenção do
pai, mas o dinheiro da pensão.
"Eu me viro sozinha e preciso de
ajuda." O suposto pai, que já tem
quatro filhos adultos, se negou a
registrar a criança, diz Ana Lúcia.
Simone já ganha pensão de R$
36 para a filha mais nova, Elen, 5.
Mas para Juliane ainda não ganha
nada. "Ele diz que não é filha dele
e ainda teve outro filho comigo.
Dá para acreditar?" O casal está
separado há cinco anos. Simone
precisa de pensão -está desempregada- e estava animada com
o teste. Mas o resultado foi outro.
"Viagem perdida", disse.
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