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Falta de kit adia teste de paternidade
CARLA CONTE
da Reportagem Local
Cerca de 270 pessoas vão perder
a viagem hoje, novamente. Desde
segunda-feira, o Imesc (Instituto
de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo), que faz gratuitamente exames para investigação
de paternidade a pedido da Justiça, não está atendendo as famílias
por falta de material para o exame
chamado HLA (leia texto ao lado).
E o pior: a maioria dessas pessoas estava esperando por esse
exame havia cerca de dez meses e
só deve fazer o teste no início do
ano que vem.
Segundo o superintendente do
Imesc, S. André De Felice, a falta
de equipamento foi provocada
por problemas na tramitação da
importação do material dos EUA,
que é feita periodicamente. Foi a
primeira vez que houve um problema desse tipo no instituto, segundo o superintendente.
Felice afirma que o atendimento
deve ser retomado na próxima terça-feira. Na pior das hipóteses,
diz, no dia 28.
Todos os dias, cerca de 90 famílias (mãe, criança e suposto pai)
fazem exame para averiguar a paternidade, de segunda a sexta-feira. A maioria delas vem de outras
cidades, já que, no Estado, esse
exame só é feito no Imesc, vinculado à Secretaria da Justiça e da
Defesa da Cidadania, que fica na
capital. As famílias precisam estar
no instituto às 7h -e em jejum.
Esse tipo de exame é solicitado
pela Justiça quando a mulher pede
pensão alimentícia ao pai da
criança que, por sua vez, nega a
paternidade. Com esse atraso para
realizar o exame, a concessão de
pensão também vai demorar mais
para ser definida.
De acordo com o superintendente, a agenda para esse tipo de
exame está lotada para os próximos 11 meses. Com o cancelamento dessa semana, os novos testes
estão sendo colocados em dias que
já estão ocupados.
"Vamos nos preparar para, em
um período, trabalhar acima da
nossa capacidade para não atrasar
mais ainda", diz Felice.
Avisar as famílias que estavam
agendadas para essa semana seria
inviável, já que todo o processo é
mediado pela Justiça. O exame é
pedido por um juiz, por exemplo,
e o Imesc repassa à Justiça a data
de exame. Para percorrer todo esse percurso para avisar a família,
ela só seria notificada após a data
do exame. O laudo do teste de paternidade sai após um mês, em
média.
Menor espera
A espera hoje é longa. Mas antes
era pior. Segundo o superintendente, em janeiro de 95, o atendimento era de 16 famílias por dia,
de segunda a quinta-feira. Hoje
são 90 famílias. Em 95, a espera
para realizar exame era de dois
anos e meio. Hoje, está em torno
de 11 meses, segundo Felice.
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