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São Paulo, sábado, 18 de outubro de 2003

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VIOLÊNCIA

Polícia abriu inquérito para investigar donos de animais; em Taubaté, um rotweiller mordeu um menino de cinco anos

Ataque de cães mata 2 no interior paulista

KATIUCIA MAGALHÃES
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO

Quatro cães da raça fila atacaram e mataram dois homens, ontem, no sítio Santa Rita de Cássia, em Santo Antônio da Alegria (359 km ao norte de São Paulo).
O caseiro do sítio, Reginaldo Mateus de Souza, 30, encontrou os corpos e avisou a polícia. Foi o quinto caso de ataque de cães nos últimos cinco dias no Estado.
A primeira vítima, o agricultor Hélio Nicodemo Oliveira, 55, que morava em um sítio vizinho, teria sido atacada por volta das 7h. Duas horas depois, os cães, que têm de quatro a seis anos, também atacaram o pedreiro José Carlos Castrequini, 51.
Segundo a polícia, Oliveira teve um pedaço do couro cabeludo arrancado, perdeu parte da roupa, os chinelos, a dentadura e o relógio. Para fugir, ele se jogou em uma represa que fica perto da estrada onde foi atacado.
O corpo de Castrequini, com mordidas profundas no pescoço e na cabeça, foi achado no sítio Ernandes, vizinho à propriedade onde ficavam os cachorros.
Antônio Castrequini, 54, irmão da vítima, disse que o pedreiro havia saído pra entregar um orçamento de reforma de uma casa.
O caseiro Souza disse que os cães eram mansos e que até ontem não tinham atacado ninguém. "Eles vieram para o sítio há uns seis meses e nunca atacaram ninguém. Crianças brincam, os moradores passam e eles não fazem nada", disse Souza.
Apesar das mortes, os cachorros não foram recolhidos. A Folha observou que dois estavam presos em um galpão, mas os outros permaneciam soltos no sítio.
O delegado Tristão Antônio Carvalho, de Santo Antonio da Alegria, disse que vai indiciar o proprietário do sítio, José Edvaldo Santos Rosa, o caseiro e o administrador José Antônio Santa Rosa, 62, por homicídio culposo (sem intenção de matar).

Taubaté
Sandro Oliveira, 5, foi mordido na barriga por um cachorro da raça rotweiller anteontem, em Taubaté (100 km de SP). Segundo a polícia, o animal estava preso na coleira quando a criança se aproximou para acariciá-lo. O ataque ocorreu na mesma semana em que a Câmara da cidade derrubou, por 16 votos a 3, o veto do prefeito José Bernardo Ortiz (PSDB), a uma lei que obriga os donos de cães de determinadas raças, entre elas o rotweiller, a colocar focinheira no animal quando estiverem em local público.
O menino foi atendido no pronto-socorro e liberado.


Colaborou MAURÍCIO EIRÓS, das Regionais


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