São Paulo, segunda-feira, 18 de outubro de 2004

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PERNAMBUCO

Objetivo é apurar causas de queda de edifício; moradores negam ter evacuado prédio por alerta de governo

Inquérito policial investigará desabamento

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A Polícia Civil de Pernambuco vai abrir inquérito hoje para apurar as causas do desabamento do edifício Areia Branca, de 12 andares, ocorrido quinta-feira à noite em Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana de Recife.
As investigações serão comandadas pelo delegado de proteção ao consumidor, José Durval Lins, e acompanhadas por um perito do Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) de Pernambuco.
Serão convocados a depor representantes da Jatobeton, empresa contratada para avaliar a estrutura do edifício, moradores, bombeiros e a Defesa Civil.
Em nota divulgada ontem, os moradores reafirmaram que a decisão de evacuar o prédio horas antes do desabamento foi exclusiva deles. Com isso, contrariaram declarações da Jatobeton e do governo estadual, que afirmam ter feito o alerta de risco de desabamento.
Na nota, os moradores informam ainda que uma eventual ação de reparação de danos só será decidida após a conclusão da perícia e emissão do laudo oficial.
Eles dizem também que nunca houve indícios anteriores de problemas na estrutura do prédio e que "todas as manutenções rotineiras exigidas" foram feitas.

Estalos
As causas do acidente ainda são desconhecidas. O edifício Areia Branca, de classe média alta, ruiu sobre sua base às 20h30 de quinta-feira. Os moradores saíram do prédio às 2h do mesmo dia, após ouvirem uma série de estalos.
No acidente, quatro pessoas foram soterradas. Até ontem, apenas o corpo do porteiro Antonio Félix dos Santos, 38, havia sido encontrado. Continuavam desaparecidos dois operários da Jatobeton e um bombeiro que trabalhava como segurança no local.
As famílias das vítimas reclamam da demora na retirada do entulho. Os bombeiros alegam que é preciso cautela, porque grandes blocos de concreto estão escorados nas colunas laterais de um prédio vizinho, que também corre o risco de desabar. O trabalho pode levar dez dias.
Ontem à tarde, os bombeiros interditaram um prédio de quatro andares e 36 apartamentos, que tinha rachaduras, em Olinda (região metropolitana de Recife).

Brasília
O bloco "A" do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) foi interditado e não haverá expediente hoje no prédio. A decisão foi tomada pelo desembargador Jerônymo de Souza, presidente do órgão. Na última sexta-feira, surgiram problemas estruturais no 10º andar, o último andar do prédio.
A Defesa Civil foi chamada e determinou a interdição do local. O desembargador decidiu interditar todo o prédio por razões de segurança. O problema, no entanto, segundo a empresa de engenharia WRJ, contratada pelo TJDFT, estaria concentrado no 10º andar.
O presidente do TJDFT informou ainda, por meio de sua assessoria de imprensa, que não há risco de desabamento. O laudo da empresa de engenharia deverá ficar pronto hoje e o prédio deverá ser liberado amanhã.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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