DO "AGORA"

O motorista do Voyage que atropelou e matou a estudante Priscila Maria dos Reis, 16, e atingiu outras 15 pessoas na porta de uma casa noturna na Vila Olímpia (zona oeste de São Paulo), na madrugada de anteontem, foi solto no começo da noite de ontem no 27º DP (Campo Belo).
Jefferson Jorge Bernardo, 23, foi beneficiado por um alvará de soltura expedido pela juíza Kenariki Boujikian Felippe. Em sua decisão, ela diz que Bernardo cumpre os requisitos exigidos por lei para que receba a liberdade provisória.
"Esses requisitos são residência fixa, emprego e não ter antecedentes criminais", afirmou Sérgio Nassur, delegado do 27º DP.
Ao sair da delegacia, Bernardo -que ficou em um cela com outros 41 presos e que não precisou pagar fiança- disse que estava arrependido. "Queria pedir desculpas aos pais da menina que morreu. Eu não tinha intenção [de causar um acidente]", afirmou à imprensa. Ele também disse não ter ingerido bebida alcoólica horas antes do atropelamento e que perdeu a direção do carro em razão de uma falha nos freios.
O acidente provocado por Bernardo atingiu os jovens que esperavam para entrar na danceteria Noctum Club. O motorista contou que voltava de uma festa da empresa em que trabalha e que sua velocidade era de 80 km/h -acima da permitida na rua Alvorada, onde fica a casa noturna.
Informada por telefone pela reportagem da soltura de Bernardo, Manuelina Maria dos Reis, 50, mãe da estudante morta, afirmou não achar justo. "Eu vou lutar para que ele volte para a cadeia. Isso não é justiça", lamentou. Pelo alvará de soltura, Bernardo pode voltar para a cadeia se não colaborar no desenrolar do processo ou se faltar a alguma convocação para depor, por exemplo. Nesse caso, a prisão preventiva pode ser pedida. Ele foi indiciado por homicídio doloso (com intenção).
A jovem Priscila Maria dos Reis foi enterrada ontem de manhã no cemitério Recanto do Silêncio, em Itapecerica da Serra (Grande SP). Ontem pela manhã, uma estudante de 16 anos que também foi atingida pelo Voyage saiu da UTI (Unidade de Terapia Intensiva). A segunda vítima em estado grave permanecia internada.


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