São Paulo, domingo, 18 de outubro de 2009

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Mercado negocia 9 quarteirões em Pinheiros

Região entre a cratera do metrô e o largo da Batata se valoriza com revitalização urbana; área também terá calçadões

Obras devem ser concluídas no final do ano que vem; projeto vai custar cerca de R$ 100 milhões, bancados por títulos da prefeitura

EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

De um lado, uma área degradada, com camelôs e ônibus por todos os lados. De outro, o palco de uma das maiores tragédias da cidade de São Paulo.
Visto por esse ângulo, essa área de cerca de 15 mil m2 e nove quarteirões entre o largo da Batata e a futura estação Pinheiros do metrô -onde sete pessoas morreram em um acidente nas obras em janeiro de 2007- tinha tudo para terminar num sumidouro.
Tinha, mas o quadrilátero formado pela marginal Pinheiros, ruas Paes Leme e Sumidouro e av. Brigadeiro Faria Lima, em Pinheiros (zona oeste), já vive o início de uma transformação urbanística com a chegada iminente do metrô, obras de revitalização e o interesse do mercado imobiliário.
A Folha apurou que parte desses nove quarteirões já foi comprada por grandes construtoras que pretendem erguer ali condomínios residenciais e comerciais nos próximos anos. E os imóveis que ainda não foram vendidos sofrem o assédio dessas empreiteiras.
Com isso, uma área ocupada basicamente por pequenos comerciantes e moradores antigos, com casas térreas ou pequenos sobrados, tende a se transformar, na próxima década, em um bairro vertical.

Projeto
A revitalização do largo da Batata, próximo à av. Faria Lima, foi o gatilho do desenvolvimento da região.
O projeto foi elaborado em 2001, quando o arquiteto Tito Livio Frascino venceu um concurso da Prefeitura de São Paulo, ainda na gestão Marta Suplicy (PT), para o projeto urbanístico de revitalização da área.
Também estão sendo feitas obras de melhoria da paisagem urbana, com o enterramento de fios e cabos em todas as ruas desde a Cunha Gago até a marginal Pinheiros.
A previsão é que as obras sejam concluídas em 2010. O projeto vai custar R$ 100 milhões, bancados pela venda de títulos imobiliários (Cepacs) da Operação Urbana Faria Lima.

Metrô
Em paralelo com as obras de revitalização do largo da Batata correm as obras da linha 4-amarela (Luz-Vila Sônia) do metrô. O governo do Estado promete entregar as estações Faria Lima e Pinheiros também no ano que vem.
Ao lado do metrô, fazendo a integração também com a linha 9-esmeralda da CPTM, está sendo construído um terminal de ônibus que não estava previsto no projeto original da revitalização e foi incorporado após o acidente de 2007. Com isso, as obras que ficariam restritas ao largo da Batata foram estendidas para toda a região.
Com metrô em funcionamento e um bairro revitalizado, é natural o interesse do mercado imobiliário.
Edward Zeppo Boretto, diretor de Obras da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), responsável pelas obras, disse que o projeto de revitalização já começou a mudar a cara do bairro. "A região já está bem melhor. Ela era muito degradada por causa dos ônibus que paravam ali. Com o novo terminal [de ônibus] e o metrô, vai ficar excelente."


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